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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa Um Desfolhar de Saudades(III) As nossas modas de antigamente (I)

DSousa, 29.09.06

Um Desfolhar de Saudades (III)

        3º Poema

As Nossas Modas de Antigamente (I)

 

Uma corrida veloz
é a nossa vida a passar.
E que rouca a minha voz
sem ter jeito p'ra cantar...

 

Chamarrita! Chamarrita!
Anda de par e mais o fado.
Ela traz saia de chita
e o fado é o namorado!

 

Ah! meu bem se tu te fores
Como dizem que te vais
Deixa-me o teu nome escrito
numa pedrinha do cais...

 

Quem não terá saudade
 Dos olhos pretos que tens!
Quero os teus olhos de herança
pois é o maior dos teus bens!

 

Oxalá não dês à costa
Como o Samacaio deu
Se tu morreres, eu morro
E vamos juntos  p'ró céu!

Coelho de Sousa: Um Desfolhar de Saudades A Viola e S. João (IV)

DSousa, 27.09.06

 

Meu S. João doutras eras
Meu S. João de menino...
Já trinta e tal primaveras
somaram-se ao meu destino.

E no entanto eu recordo
O anseio com que esp'rava
a tua festa na vinha,
e as orações que rezava...

Nossa viola a tocar
Nossas cantigas sem graça...
Tudo foi, tudo é saudade!
que no mundo tudo passa...

A viola já morreu
porque ninguém a tocou
E o S. João vai passando...
 E com ele também vou!

Coelho de Sousa: Um Desfolhar de Saudades A Viola e S. João (III)

DSousa, 25.09.06

 

 

E a procissão pára no porto
música da Vila a tocar!
S.João pousa no barco...
Vá foguetes para o ar!

 

S. João! O Santo é nosso
caranguejos quem não gosta?
pirolitos, peixe frito,
E a perninha de lagosta...


E os primeiros restolhos
rebuscados e escondidos
nas algibeiras da calça
a depois logo comidos!

 

E os tremocinhos curtidos
boa favinha escoada
vinho velho, sangue novo
pois aqui não falta nada!

Coelho de Sousa: A Ceia na Aldeia (I)

DSousa, 13.09.06

Um desfolhar de Saudade

1º Poema

Ceia na Aldeia

 

Gentes do campo em descanso
Couves ao lume para a ceia...
Como é belo, como é manso
O fim do dia na aldeia...

Boa tarde! olá amigo!
Como vai a ceifa este ano?
Vais contente. Há muito trigo...
E o trigo não tem engano.

Vens da sacha, já o sei...
Trazes a fronte suada...
Como tu também andei
Ao meu ombro com a enxada...

Os milheirais são promessa,
São verdes cor de esperança
Fica a saber: não te esqueça
Quem espera, sempre alcança!

Coelho de Sousa (textos não publicados): Um Desfolhar de Saudades

DSousa, 11.09.06

Voltemos ao caderno dos rascunhos do programa do Rádio Clube de Angra, dos anos 50, com o título genérico " A Vida é para ti".
Deste programa de rádio já aqui se transcreveram "A Volta À Ilha" e "Angra por ti".
Os textos que vão seguir-se tem o título geral de "Um Desfolhar de Saudades" e incluem três poemas:

  • A Ceia na Aldeia
  • A Viola e o S. João
  • As Modas de Antigamente

Como se pode confirmar pelo manuscrito, o genérico do programa foi o seguinte:

Um desfolhar de saudades
este programa de agora.
Saudades, tantas saudades
Saudades de hoje e d'outrora!

 

A vida é para ti

Programa em verso pelo Rev. Coelho de Sousa
que se encontra aos nossos microfones.

Hoje: Um desfolhar de Saudades em três poemas.


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