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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(IX)

DSousa, 29.04.07


As nossas mãos e as dEle.







Minhalma, escuta
ainda
Uma história
mais linda,
As mãos dEle...





Deitadinho sobre as palhas,
Tem o milagre nas mãos,

Mãos de menino que é Deus.

Criaram anjos e céus,
Os animais e as flores,
O mar, o vento e fulgores
Que o Sol expande brilhante...

As mãos de Jesus Infante!...





Esse madeiro pesado
Feito agora nem arado

Que vai a gleba rasgar...
Fê-lo um jovem singular
Que sabe mais que os doutores
Que David, rei dos poetas
E que todos os profetas...

As suas mãos de milagre.

Os cegos querem-no ver...
As suas mãos lhe tocaram
E rasgou-se o seu olhar!


Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(VIII)

DSousa, 27.04.07

As nossas mãos





São os escritos das mãos,
que fazem livros
e arquivos!

E são as pedras que as mãos
acarretaram nos  séculos
que fizeram cidades
e comodidades
da civilização...


Mão estendida na esmola
Para dar e receber...

Mãos trabalhosas na vida
para a vida não morrer!


A vida é para ti...




Minh'alma tinha razão
de te pedir o silêncio
para ouvires o que a mão
do homem pode fazer...

Quem dera
que não fizera
a mão do homem o mal...

Mas escuta... o que já sabes

A  história
anda tão cheia
como as praias
são de areia
de tanto mal
e vileza...



Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(VII)

DSousa, 25.04.07



 As nossas mãos







Dizem adeus ao partir;
Ao voltar elas abraçam...

 

Fazem cadeias de amor
No amor com que se enlaçam
Serei tua, meu senhor,
Serei teu eternamente!

 

 

 



E os arcos das ogivas
Guindados para as alturas
Tiraram linhas de graça
Nas linhas das nossas mãos
Quando postas a rezar...

 

 


 

Grão de trigo loiro e lindo,
Quem te trouxe ao meu celeiro?


Foi a mão de quem primeiro

o lançou à terra fértil?
E, depois, o lindo grão
é moído e já é pão,
por milagre desta mão
Em que os dedos são os raios
de um sol de amor a brilhar!

 

 

 


Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(V)

DSousa, 21.04.07

As nossas mãos

 

 

 

 

 

Andas sumido, esquelético
Mas que mal te sucedeu,
Menino?


Tinha guardada no bolso
a sombra densa das mãos
Que perdeu
logo ao romper da aurora
quando nasceu...


E agora
O seu destino
É comer
pelas mãos que não são suas!...

 

 

 

 

 


Mas porque choras, senhora,
se a criança é tão bonita...
É um retrato da mãe...
Que dita,
Nem é menino ou menina...
É um anjo!...


Mas por que chora
senhora?

 


Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(IV)

DSousa, 19.04.07

 

As nossas mãos




Enferrujada,
Esquecida,
Já não diz nada,
Já não tem vida
aquela enxada...
abandonada!...



Porquê?
ouve minhalma
este lamento
que nem o tempo
e o dinheiro
hão-de calar:


Senhor ! Senhor!
E já não pode cavar
com meu amor
as minhas mãos...
as minhas mãos...que não tenho
Que horrível tormento...
O meu lamento...
É não ter mãos

 

Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(III)

DSousa, 17.04.07
As nossas mãos











Por favor não digas nada...
Minhalma escuta calada
Serei só eu a falar...



Mas...eu sem ti,
Se tu és eu!...

Pois bem, aqui,
Nem tu nem eu

Os dois
E depois
Ele e só Ele!








Um homem não tinha mãos,
E chorava tristemente...
Foi na guerra, foi na guerra
Que eu perdi as minhas mãos...

Isso de mãos era o menos...
O pior é que a bandeira,
A minha estrela,
O meu norte,
Por não ter mãos a prendê-la
ma levaram...

e rasgaram...


Deus, oh Deus,
Antes a morte...


Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(II)

DSousa, 15.04.07
As  nossas mãos


 



Ouve, minha alma...
Tu não dizes nada...
Pois nesta calma
calada
hás-de estar melhor...



É o milagre da mão
Que tenho p'ra te contar
na graça do nosso amor!








Este milagre das mãos...
O que elas são
as nossas mãos!



E depois,
Eu e tu, minh'alma, os dois
outras mãos que foram luz
hemos aqui de lembrar,
As mãos de Jesus!



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