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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: As pedras...

DSousa, 09.07.09

 

 


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As pedras solitárias do mar de S. Mateus,

Negras, duras

Estão gritando: o seu aos seus, a Deus!

E, de roldão, sargaços babam as pedras

Negras, duras

Intransigentes, belas, solitárias, fortes

Mas sua voz não morre… Aos seus!

Eu creio na verdade-jovem destas pedras

Negras, solitárias, duras

Intransigentes, fortes…

 

E vamos de mãos dadas fazer

Das pedras negras, duras, intransigentes, belas,

O porto onde o amor desembarca e desembarcam ideais

Que o mar

É de quem sofre por amar

o seu e os seus.

 

Coelho de Sousa : As Mãos

DSousa, 07.07.09

 

 


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As mãos! As tuas mãos são um poema heróico e divinal

A palavra aberta em mapa mundi

Onde se cruzam rotas

Que ninguém sulcou.

E os dedos? Filigranas alegóricas,

Olímpicas ogivas em conluio

Para susterem traves que o amor engendra!

 

As mãos! As tuas mãos parelham decassílabos

rimados como flores em festão deiforme.

A música de um sonho em oratória alada!

A delirante réstia de um luar azul

Falando o gesto nobre duma entrega ideal.

 

As mãos! As tuas mãos um delta

Que se abriu no mar

da nossa vida assim

raiando o ser de quinta-essência eterna.

E âncora divina em que uma esperança assenta

Nosso regresso e praxe aureolados!

 

As mãos! As tuas mãos são ninho

em que o amor gerou consolações sem fim

São concha onde bebi felicidade tanta

Que nunca mais quisera o seu frescor deixar.

 

As mãos! As tuas mãos tocaram minha fronte

E logo foram coroa refulgindo a vida.

E quando um dia as tuas mãos ergueram
meu coração-menino ao céu

O sol eclipsou-se finalmente

E para ti fiquei só eu!

 

 

As mãos! As tuas mãos, perdi-as.

As tuas mãos voaram pelo céu além!

Agora vou contando os dias…

De me encontrar de novo em tuas mãos, ó mãe!

 

 

 

Coelho de Sousa : Lagar

DSousa, 05.07.09

 

 


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Maldita seja a hora em que alinhave

O verso que me fique preso aos dedos.

Como um fantasma horrível de ser grave!

Oh! Que desgraça

Apodrecer

Resignadamente!

Quebrem-se os nós à realidade informe

E viva quem tem rosas no olhar!

Desprenda-se a palavra como um bago de uva

E nasça em minha boca este lagar.

 

O vinho da verdade é sangue

Se a vida se não cansa e não desarma.

 

 

Coelho de Sousa: E da serra...

DSousa, 01.07.09

 

 


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E da serra à beira –mar

As nossas almas cuidai
Vós haveis de perdoar

Como só perdoa um Pai..

 

 

A vossa palavra é luz

Que o Senhor acendeu em nós…
Que por amor de Jesus

Não se cale a nossa voz

 

Ensinai velhos e novos

Dai-nos de Deus o seu pão

Para alimento dos povos

Saciando o coração

 

Do Senhor somos a vinha

Dando fruto na Terceira

Será vossa a Ribeirinha

Tal como foi a Feteira

 

 

 

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