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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Dentro

DSousa, 29.12.12

 

 Atenção: Mais páginas de poesia no
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                                DENTRO

 

E o mar vejo tão perto

que me sinto dentro dele.

Navio com lastro aberto

para o fundo a onda impele.

 

E depois que a onda galga

A última gávea do mastro,

Não fica ao vento a ressalga

e muito menos o rastro.

 

E são peixes que me comem

Como deles eu comi.

Descansa em paz.Eis o homem

Sem letreiro. Jaz aqui! 

Coelho de Sousa: Minha Alegria

DSousa, 22.12.12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                   Minha Alegria

 

 

Anseio ver-te e gozar-te

O olhar límpido e grande

Tal como o sol que se expande

Todo o dia em toda a parte.

 

O sorriso cristalino

Dos teus lábios de morena

Minha rota faz pequena 

Ao passo de peregrino.

 

E os teus braços quando abertos
São como praia dourada

Sentindo que o mar é nada

Se não sinto os seus apertos.

 

E a fala que me digas,

No conselho que me dês

Vale mais e tanta vez

Que a melhor destas cantigas.

 

Ai amor! que breve o dia

de perder-te eu não pressinta.

E muito menos que sinta

Por ser teu, minha alegria! 

 

...

DSousa, 18.12.12

 

 


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                                         EMIGRANTE

 

 

Cansei da terra que piso,

Na onda larga me embarco...

Oxalá que o paraíso

Eu não troque pelo charco.

 

Tenho medo que o futuro

me atriçoe o meu desejo,

Pois é fundo e mal seguro

Este mar em que me vejo.

 

Mas é pequeno e mesquinho

O torrão que me limita

Quero ir fazer meu ninho

emterra nova, esquisita...

 

Deixo tudo:enxada, arado.

Irei pobre e sem vaidade!

Deixo a viola e o fado

Levo só a saudade...

 

E não chorem porque parto

Feito ao mar nem peregrino...

De ser aqui estou farto.

Vou-me embora ao meu destino.

 

S. Sebastião, 3-IV-966

Coelho de Sousa: Sinal

DSousa, 15.12.12

 

 

                                                                            

                                                                            

                                                                             

    

 

 

                 

                 Sinal

 


 

Não coube em mim, evolou-se

Toda alegria de ser

como queria que fosse!

 

 

E o tempo não se aquieta,

As horas são como as letras

Na triste pena do poeta.

 

 

O mar grita a melopeia

De ser eu como queria

E mais sobe a maré-cheia

 

Na onda do verso pobre

Onde o peixe é o sinal

Que me define e encobre.