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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Padre Coelho: E o sol volta amanhã

DSousa, 31.01.13

 

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        E o sol volta amanhã

 

 

Embandeirei no mar

Minha ilusão que faliu.

Fica-me agora a chorar

O sonho morto de frio

 

Que nem a lua agasalha

O cadáver imsepulto...

Falido o grão, nem a palha

Arde ao fogo do meu culto...

 

Mas, no entanto, acredito

Que da cinza a Fénix vem

Não me julgo proscrito.

E o sol volta amanhã.

 

Abril 1966 

...

DSousa, 25.01.13

 

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                                         IDE

 

Meu barco dos sete-lumes

Ancorado estás no peito.

O que deixas o resumes

Na carga do amor-perfeito.

 

E o mar do tudo ao nada,

Quem o venceu não se cansa;

Fez do amor sua aguada

Para repor semelhança.

 

Segue a coroa e o vento

Ao soprar velas e medos

"Ide" que vos apresento

Sem amarra nem degredos.

Padre Coelho: Na Onda

DSousa, 20.01.13

 

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                         Na Onda

 

 

 

Sombra da noite marinha

Quando a lua já não é...

Alguém será que caminha

Sobre a onda sem ter fé?

 

Sete medos logo vêm

Pressurosos, dominando.

E tal vaga é o desdém

Em que ele anda e também ando.

 

Olha-se a praia distante.

Mede-se o abismo profundo;

O porto fica ao diante.

Ao derredor fica o mundo.

 

Mas o teu verbo é solene

E seguro no abraço.

Se me arribo não condene

O amor a que me faço.

 

Abril, 1966

Padre Coelho: Conselhos (2)

DSousa, 15.01.13

 

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                                   Conselhos (2)

 

 

E não levantes a mão

Pondo a vida a manifesto

Há tantos que chorarão

A desgraça de um só gesto

 

Faz dos teus braços a praia

Onde o mar cala a tormenta,

Onde o pródigo se caia

Regressado, de alma isenta.

 

Tira aos teus olhos essas pedras

De aferir o mundo todo.

Saberás que não engendras

Graça e vida sob o lodo.

 

Ergue-os pois à luz do dia

Que não morre em noite escura

E verás com alegria

O amor que sempre dura.

 

S. Sebastião, Pascoa 1966

Padre Coelho: Conselhos (1)

DSousa, 08.01.13

 

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                                      Conselhos (1)

 

 

Não vás por esse caminho

Nem sigas tal companhia

É melhor andar sózinho

Quando o sol nos alumia.

 

Não dobres. Sê vertical

Como é o fio de prumo

Apartando o bem e o mal

Que surgirem no teu rumo.

 

Não digas essa palavra,

Olha que a fala é semente.

Nem toda a terra se lavra

Ou produz copiosamente.

 

As letras são como as balas

Ferindo a mente e o peito.

Ganhas mais quando te calas.

Deus fica mais satisfeito.

Padre Coelho: Para Ti

DSousa, 03.01.13

 

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                                                   PARA TI

 

É para ti o poema

Que nasceu dentro de mim

Como reino sem extrema

Como rota sem ter fim

 

Como turbilhão de ideias

Sem palavra com que as diga,

Mas que gostas, saboreias

Nos versos de uma cantiga

 

É doce, amargo o sabor

Deste poema de mim?

E tudo porque é amor

E o amor é mesmo assim.