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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Romance das mães que choram (XIV)

DSousa, 22.03.08




Romance das mães que choram (XIV)







E voltou o seu  menino.

E chorou no seu encontro.
Foram de pranto os seus beijos.
E molhado o seu abraço.

E como a vida não pára
O menino não parou.

Meses depois, era noivo
A casar-se na Igreja.

E a mãe não se conteve
Chorou de novo outra vez.
À despedida. Ao adeus.

E chora ainda que eu sei
quando diz a toda a gente
Sou feliz, ele é feliz
Mas a vida é mesmo assim..

Este mundo é vale de lágrimas
E quem mais chora é a mãe.

Coelho de Sousa - Ante o Presépio (I)

DSousa, 17.01.08
Nesta entrada de 11 de Novembro do passado ano 2007, em que se listavam os textos constantes do caderno de originais de Coelho de Sousa, datados de 1961 e de 1962, que tenho vindo a utilizar desde então, consta a referência a um programa de rádio com o subtítulo Ante o Presépio.
Por se tratar de um texto muito breve, resolvi publicar sob este subtítulo um outro texto do mesmo caderno, também curto, mas  sem título e de temática enquadrável no anterior.
O texto Ante o Presépio tem a data de 4 de Janeiro de 1962, antevéspera do chamado dia de Reis, que ocorre a 6 de Janeiro.




(I)



Na antevéspera dos Reis,
estes poemas saberão
como despedida ao Natal.

Como pastor ou Rei,
cada um  de nós
sente a divina atracção
do Presépio.

Ouvimos os anjos no Glória...

Olhamos a estrela nos céus

e vamos adorar
o bom Jesus, nosso Deus.




Com a alma enegrecida pela
culpa original
ou quantas mais nos pesem,
abeirememo-nos do presépio,
osculemos o menino,
suplicando o seu perdão de amor.

E teremos paz.

E seremos felizes.

A vida será nossa.

A verdadeira vida
que ele é
e nos traz.


Coelho de Sousa: Natal - A noite e o dia (VII)

DSousa, 13.01.08



(VII)




Menino, ser postado em teu joelho.
Sentir afago terno em tua mão,
Rever-me nos teus olhos como espelho
E ter unido ao teu, meu coração.

Dizer: longe de Ti é nunca e não,
Quanto mais perto for, mais me assemelho.
Tais sonhos, infinitos sei que são
Mas revelá-los era o teu conselho.


Nem sei que força anda pelo espaço
Que até me sinto já no teu abraço,
Envolto numa luz pura de aurora.

E em teu joelho forte e teu regaço
mesmo, posto e acolhido eu já me faço.
Desabafei e sou feliz agora.