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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Prece

DSousa, 01.05.08



Prece










Oh bom jesus a tua graça é forte
Pode mover montanhas e rochedos
Penetra no mais fundo dos degredos,
Império divinal tem sobre a morte...

Ilumina e dissipa tristes medos
Por abraçar com alma um lindo norte
Dum bem melhor, divino inda que importe
O sacrifício, a dor! Ternos segredos

Tem que dizer às almas juvenis
Que desprezando as glórias vãs e vis
Todas se dão a voz muito docemente.


Oh! bom Jesus eu peço que ela seja
Celeste vida n'alma que deseja

Ser sempre vossa. Sempre! Eternamente.


Coelho de Sousa: Natal - Sonetos de Expectativa e Consolo (V)

DSousa, 29.12.07




(V)




E ser a vida um tormento,
O coração desfeito e só ruína,
Em turbilhão confuso o pensamento,
E os nervos a desgraça que amofina.

Meu passo que a amar experimento
Por bem da alma dada e peregrina...
Faça a ascensão de eleito este advento
E fique a alma em graça, áurea , divina.

E rei de estrelas alvas, noite fria;
Pastor do meu rebanho em serrania;
Presentes que tu guardas junto ao peito.


Eu dou e te trarei por meu amor.
Se tu não esqueceste a minha dor
Jamais olvidarei quanto me hás feito.




Coelho de Sousa: Dá-me de beber (X)

DSousa, 05.07.07

                  Dá-me de beber


                            (X)






Ouvinte,

Ao longo dos caminhos que tu trilhas,
levando nos teus ombros as pesadas bilhas
de tantos afazeres e cuidados;
que ás vezes te atormentam em profunda mágoa,
tu sentirás por certo, ânsias de beber água...
Tu não podes, não deves morrer à sede...
pede... pede:

Senhor! Senhor!  dá-me de beber...



Ouvinte,

Sei lá se tu és pai, cansado no trabalho,
Sei lá se tu és mãe, chorando algum desgosto,
Sei lá se tu és filho ou filha sem pensar na vida,
ou criancinha loira e entretida
a brincar com o boneco frágil,

Não tenhas medo:

Vai junto Dele... à beira do seu poço
E diz-lhe o teu segredo...



Coelho de Sousa: Dá-me de beber (IX)

DSousa, 03.07.07


              Dá-me de Beber


                         (IX)







Não julgues ser a graça só dos olhos,
Que ás vezes no olhar estão abrolhos;

Não penses ser a graça só falar.
Falar é muito pouco.
É muito mais amar!

Nem julgues ser a graça encanto de sorriso...

A graça é sol e vida e paraíso...

A graça é Deus em nós...
A sua voz,
O seu amor enchendo a vida...
E nós tendo guarida
dentro Dele. Eternamente.


Coelho de Sousa: Volta à Ilha (XV e último)

DSousa, 12.08.06

  Tens de Vila só o nome
  Diz a rir quem por ti passa...
  Vive escondido na alma
 O dom de Deus... e é graça...

 

  E basta só que os teus filhos
  Te queiram todo o teu bem...
  Tu serás eternamente
  Linda vila... a nossa mãe!

  Estou cansado... A corrida
  Volta à Ilha... Eis-me aqui...
  Volta à Ilha... Volta à vida!
  A vida que é para ti!