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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Soneto

DSousa, 07.05.08






SONETO

Quando tudo no mundo, alegre, ri e canta
Eu sinto dentro de mim vontade de chorar.
Queria ser alegre, mas a vontade é tanta
Que sem chorar não passo, menos sei cantar!

Oh! Deus cuja bondade é infinita e santa
Não sou igual aos outros, não, ouso afirmar
Não sou melhor. Por ser pior isso me espanta.
Mas só a culpa é minha. Não posso a vós culpar.

Melhor do que eu, sabeis porque a tristeza vem
Morar dentro mim e logo chorar faz
Estes errantes olhos, tristes pecadores.

É que eu ousei perder da vossa graça o bem
Troquei pela desgraça o dom da vossa paz
Desprezei o vosso amor querendo outros amores.


Coelho de Sousa - Ante o Presépio (I)

DSousa, 17.01.08
Nesta entrada de 11 de Novembro do passado ano 2007, em que se listavam os textos constantes do caderno de originais de Coelho de Sousa, datados de 1961 e de 1962, que tenho vindo a utilizar desde então, consta a referência a um programa de rádio com o subtítulo Ante o Presépio.
Por se tratar de um texto muito breve, resolvi publicar sob este subtítulo um outro texto do mesmo caderno, também curto, mas  sem título e de temática enquadrável no anterior.
O texto Ante o Presépio tem a data de 4 de Janeiro de 1962, antevéspera do chamado dia de Reis, que ocorre a 6 de Janeiro.




(I)



Na antevéspera dos Reis,
estes poemas saberão
como despedida ao Natal.

Como pastor ou Rei,
cada um  de nós
sente a divina atracção
do Presépio.

Ouvimos os anjos no Glória...

Olhamos a estrela nos céus

e vamos adorar
o bom Jesus, nosso Deus.




Com a alma enegrecida pela
culpa original
ou quantas mais nos pesem,
abeirememo-nos do presépio,
osculemos o menino,
suplicando o seu perdão de amor.

E teremos paz.

E seremos felizes.

A vida será nossa.

A verdadeira vida
que ele é
e nos traz.


Coelho de Sousa: História em quadras (V)

DSousa, 14.11.06

História feita em Quadras

 

Nossa Senhora de casa
A casa toda ordenada
A ceia quente nem brasa
E a roupa toda lavada.

 

 

Nossa Senhora da aldeia
Na sua roca a fiar.
Massaroca a lua cheia
Os fios são de luar

 

 

Nossa Senhora da água
fonte pura a correr tanto,
Que não sei se a fonte é mágoa
se a água é fonte e é pranto.

 

 

Nossa Senhora da escuta
da fala que o anjo traz.
Ela diz palavra curta
Com letras feitas de paz.