Coelho de Sousa: Do Amor e do Ódio (V)
Palestras de Domingo
Do amor e do ódio
Depois dos sacrifícios de Abel e Caim que o ódio invejoso dividiu e separou na morte.
Não é mentira dizer que
"O ódio está tão entretecido com as fibras mais subtis e profundas do organismo humano;
Está tão dissolvido em cada gota do nosso sangue;
que pode dizer-se, sem receio de exagerar, que só ele tem escrito mais de metade da história da família humana.
Sim, pelo menos, até à vinda de Cristo ao mundo.
Antes do canto de Belém - paz aos homens de boa vontade - a humanidade afinada por aquele célebre dente por dente, olho por olho, tinha para si,como escreveu Tácito:
Que era próprio da sua condição odiar o que ofende...
Foi Cristo que, renovando a face da terra, imolado pelo ódio na ara do amor, proclamou a plenitude da lei:
Amar não só quem nos ama, mas mais, muito mais, quem nos odeia.
Querer bem ao nosso inimigo.