Coelho de Sousa: E não podia calar-se (I)
DSousa, 07.05.07
E não podia calar-se
(I)
Jamais o tinham visto na Judeia.
Espadaúdo e alto, ardente e forte,
Trazia o rosto seu a cor da areia
E tinha o braço erguido para o norte.
O mel silvestre fora o seu sustento
E gafanhotos deram seu petisco.
Na sua voz trazia agora o vento
A porta aberta para o grande aprisco.
Caminhos da cidade não sabia.
Palácios e salões, ao seu desprezo...
Só vinha para ensinar o sol ao dia;
Trazer no fogo, o mundo todo preso.