Coelho de Sousa: E não podia calar-se (IV)
DSousa, 13.05.07
E não podia calar-se
(IV)
Oh! Gentes, aplanai vossos caminhos...
Endireitai veredas de paixões...
Sabei que não estais aqui sózinhos,
Erguei bem alto os vossos corações...
Que não se cale a vossa e minha voz!
Eu sei que já nasceu do mundo a vida...
Já se avizinha... está no meio de nós...
E toda a lei será nele cumprida...
Olhai em derredor, que os cegos veem,
Aprontai todo o ouvido para ouvir...
Eis o Cordeiro... Já chegou... aí vem!
Que aos homens bem dissera: Eu hei-de vir!
Eu nada valho, eu nada sou, meu Deus!
Areia do deserto e pouco mais!
Beijar os seus sapatos... rastos seus!
Quem poderá, oh! gente que escutais!
E no entanto, eu vejo que ele chega,
Traz no olhar o lume do amor,
E vem como o cordeiro para a entrega,
do sacrifício a Deus, Nosso Senhor...