Coelho de Sousa: De Porta em Porta (II)
De Porta em Porta
(II)
A justiça desprezada
Eu vou...E fui bater à porta dum ricaço...
Tinha armazéns enormes, todos feitos de aço...
E tinha no escritório um grande cofre cheio,
Olhou para mim com óculos de oiro e com receio..
E tendo presa à mão as chaves perguntou:
Quem sois?... Eu respondi: Tu sabes eu quem sou.
Eu sou aquele operário que mandaste embora
porque chegou mais tarde... já passava uma hora...
E não lhe deste nada... E tu sabias bem
Que em casa lhe ficava quase morta a mãe...