Coelho de Sousa: De Porta em Porta (X)
De porta em porta
(X)
A justiça desprezada
E fora por ali que a multidão entrara,
Pois era ali o termo daquela senda rara.
Bruxeleante luz de vela quase morta
marcava a quem entrasse o rumo doutra porta:
E fui ali bater...Talvez a derradeira
havia de ser... Bati... Surgiu-me uma caveira
Horrível, sobre pilha de ossos, temerosa...
E perguntou: Quem sois? (Tinha a voz cavernosa)...
Eu sou... E tu quem és? Sabei que sou a morte
E eu, notai, que sou, por Deus! Justiça forte...