Coelho de Sousa: O Peregrino (III)
DSousa, 13.07.07
O Peregrino
(III)
Vem daí, comigo.
Porque há-de ser somente após a morte
que à terra hás-de pedir abrigo?
À volta desta pedra, a caridade ardeu em ágapes do ceu...
Aqui Sebastião se armou o cavaleiro
Que as setas não venceram.
Daqui Inês levou branco cordeiro.
E Filomena a força a que prenderam
as âncoras do mal que a não mancharam...
Aqui se alimentaram,
tantos, tantos... Que a cidade que pediu
pão e jogo
não sabia que às vezes
não é o muito fogo
que mata o frio,
nem a mesa cheia que nos mata a fome.
O Pão! Aquele pão dos fortes!
E o fogo! cujo calor,
por ser de amor,
jamais consome!
É a vida além das mortes.