Coelho de Sousa: O Grande Amor (VII)
DSousa, 30.08.07
(VII)
Foi Casimiro de Abreu
Que bem de ti escreveu:
Da pátria formosa distante e saudoso
chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
do mais verdadeiro, do mais santo amor:
Minha mãe!
Nas horas calmas das noites de estio
Sentado, sozinho, com a face na mão,
Eu choro e soluço por quem me chama
o filho querido do coração:
Minha mãe!
No berço, pendente dos ramos floridos,
Em que eu, pequenino, feliz, dormitava,
Quem é que esse berço, com todo o cuidado,
cantando cantigas, alegre embalava?
Minha Mãe!
Feliz o filho que pode, contente,
Na casa paterna, de noite e de dia,
Sentir as carícias do anjo de amores,
da estrela brilhante que a vida nos guia:
Minha mãe!
Por isso eu, agora, na terra do exílio,
Sentado, sozinho, co'a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
Oh! filho querido do meu coração!
Minha mãe!