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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Aquele Adeus era de Irmãos (IV)

DSousa, 19.10.07



(IV)



Ela

Ah! Irmão,
Quisera eu que visses na palma desta mão,
a minha alma e o meu coração...
Que,
contentes,
ardendo em chamas  ardentes,
Irão,
muito em breve ao seu destino...



Ele

É verdade Escolástica e irmã.
Viver aqui é ser-se peregrino
do além.
Por mais longa a vida,
ninguém,
ninguém tem
neste mundo guarida...

Além, muito além...
Além daquele monte,
Além do horizonte
de nuvens e de sol
Que vai a declinar...
Além do nosso encontro aqui...
Além da nossa própria vida aqui,
irmã.


Para a maioria dos leitores que não terão conhecimento dos factos que estão na origem deste texto de Coelho de Sousa, aqui se reproduzem, tal como vêm descritos na Enciclopédia Verbo:
"Santa  Escolástica,Monja, irmã de São Bento (c.480-c.547) Segundo os "Diálogos" de São Gregório Magno, teria sido consagrada à vida religiosa desde a infância, e veio a habitar com outras monjas perto do Mosteiro  de Monte Cassino.  Encontrava-se de vez em quando com  o irmão para  conversarem de assuntos espirituais. Numa ocasião obteve do céu uma tempestade para prolongar o colóquio espiritual. Três dias depois, São Bento viu a sua alma subir aos Céu em forma de pomba, e mandou enterrá-la no seu próprio túmulo".