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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Aquele Adeus era de Irmãos (VIII)

DSousa, 27.10.07


(VIII)




Ela

Irmão Bento,
Espera a noite que vem
E quando for já manhã,
irás de vez ao convento...


Repara,
Como vai tão alta a lua
em sua esteira de luz...

E não vês como as estrelas

(coisa rara,
muito embora a tempestade)

Desenharam nas alturas
siderais e sempre belas,
Uma cruz
maior que a tua e a minha...

(tempestade)

No entanto, Irmão Bento,
Eu não te prendo.
Caminha.
Eu bem sei ser mal horrendo
não voltar pela tardinha
para as grades do convento...

Mas é enorme a tempestade..

E Deus por certo não há-de
Castigar a tua ausência...

Que o amor do nosso encontro
não é desobediência.





Para a maioria dos leitores que não terão conhecimento dos factos que estão na origem deste texto de Coelho de Sousa, aqui se reproduzem, tal como vêm descritos na Enciclopédia Verbo:
"Santa  Escolástica,Monja, irmã de São Bento (c.480-c.547) Segundo os "Diálogos" de São Gregório Magno, teria sido consagrada à vida religiosa desde a infância, e veio a habitar com outras monjas perto do Mosteiro  de Monte Cassino.  Encontrava-se de vez em quando com  o irmão para  conversarem de assuntos espirituais. Numa ocasião obteve do céu uma tempestade para prolongar o colóquio espiritual. Três dias depois, São Bento viu a sua alma subir aos Céu em forma de pomba, e mandou enterrá-la no seu próprio túmulo".