Quinta-feira, 15 de Novembro de 2007
Coelho de Sousa: Para além da última estrela (II)

(II)

Ouviste como soa o violino
no frémito das cordas?
Parece grito são, divino
Que um dia te acordou,
recordas,
do nada que tu eras?
E foi para te dar
alto destino,
amar,
que tu crês e esperas.

Tu sabes como eu:
Não cabe nas esferas
da terra negra e céu
de nuvem breve
a força da evasão
que em nós nasceu.
Para retê-la aqui
qualquer esforço é vão.
Deixa que a graça a leve,
E deixa-te subir, voar.
Que a vida é para ti,
além de tudo...
E o mar
sem horizonte,
em si total, inteiro,
Há-de ser paz e fonte
do teu viver primeiro.