Coelho de Sousa: 1 de Dezembro agora (II)
DSousa, 09.12.07
(II)
Oh! Pátria mãe querida, aqui te ofereço
o preito meu, humilde mas sincero.
É pouco. É muito pouco o que ora dar-te quero:
Uns versos mal rimados que aceites, peço.
Afonso, o rei primeiro te fundou
no sangue de heroísmos sem rival.
Senhora da Oliveira abençoou
Condado que, pequeno, é Portugal.
E o teu caminho é sul, além do Tejo.
Não basta a cruz de Ourique a Santarém.
Depois deste desejo, outro desejo,
Lisboa! Alcácer ! Faro, o mais que vem.
Algarve dos Algarves, tudo nosso.
Santa Maria é mãe. De porta aberta
Ficou-se agora a África. O alvoroço
De Aljubarrota nado, a alma desperta.
Não foi adormecido no burel
O génio duma raça aventureira.
O mar é rumo certo ao seu laurel,
à espada de D. Nuno, a terra inteira.
Oh! Tágides sonhando glória insana,
Heróis do mar fechado, áureo e fecundo,
as velas vão se ao largo. É lusitana
a gente que dá mundo mais ao mundo.