Sábado, 5 de Janeiro de 2008
Coelho de Sousa: Natal- A noite e o dia (III)
(III)
Eu sinto a tua ausência tal e qual
à veia surge o sangue para viver.
E sofro duplamente este meu mal:
Querer o que não devo e dá prazer.
Não sei quem tenha sorte à minha igual,
Por mais que me lastime e sem conter
O pranto e o gosto assim paradoxal.
E que é tormento enorme o ser-não-ser .
Não creio como pão me venha a pedra
Que assim de engano a alma não se engendra...
Espero o teu convite para a boda.
E rei serei também de anel ao dedo
e ceptro manejando forte e ledo
Em trono e casa cheia a vida toda.