Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008
Coelho de Sousa: Natal - A noite e o dia (VI)
(VI)

Distância vertical que percorreste
E o termo o horizonte em que eu estava.
A minha voz distante, atroz e cava.
O sol se comoveu nascido a Leste.
Reverdeceu a pedra feita lava,
A flor desabrochou, áurea, celeste
E perfilhou-se a vida não escrava
Pois é real a vida que me deste.
As linhas se encontraram : foi a Cruz
Amor que se satisfez no consumado
Suficiente a posse. E o mais deduz.
Que suba o horizonte! Hoje comigo.
De todo o corpo a morte e chaga ao ladoPara que lhe seja eterno o céu - abrigo