Coelho de Sousa - Ante o Presépio (III)
DSousa, 21.01.08
(III)
Não há dinheiro que afaste
Nem empenho que afugente
Ergue-se a foice na haste
Com que ceifa toda a gente.
Descuidados ou atentos,
Sejam velhos, sejam novos
Ninguém foge aos seus intentos
A morte é dona dos povos.
E terá havido alguém
Que haja pensado na sorte
Que ficou a cada mãe
Ante o mistério da morte?
Quem mais sofre do que ela?
Não há calor sem a chama.
E não há luz sem estrela.
Ela sofre quanto ama.
Antes que o filho nascesse
Ela já tanto sofria
E rezou ardente prece
Temendo que o filho morria.