Coelho de Sousa: À minha mãe
DSousa, 27.04.08



À minha mãe já velhinha,
mesmo assim de xaile e lenço,
Muito simples, sem vaidade.
Eu tenho-lhe amor imenso...
Olha p'ra mim tão contente
Num olhar embevecido...
Que tudo o mais neste mundo
Parece ter esquecido.
Passa a noite e vem o dia
Com o sol mais os seus brilhos,
Em todo o correr do tempo
Ela só pensa nos filhos...
Mas de todos creio eu,
Sem vaidade nem ofensa,
Para os outros meus irmãos
É em mim que ela mais pensa
E a razão é muito simples.
Funda-se no rico dote
Que lhe fez o Senhor Deus:
Dar-lhe um filho Sacerdote.