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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

"MIGALHAS": A Conversão de Paulo

DSousa, 25.01.05
s paulo.JPGHoje a liturgia fala-nos e honra quem caiu do cavalo abaixo na estrada de Damasco, lá nesse Médio Oriente sempre agitado. Foi Paulo de Tarso. O jovem que aguentou as capas no apedrejamento mortal de Estêvão e levava cartas demissionárias do Velho Sinédrio para apedrejar mais aqueles que, longe de Moisés, se apregoavam cristãos.
Só que uma alma grande não pode perder-se nos caminhos do ódio. Tanto mais que o amor de Deus não lhe falhava: minguava-lhe era o conhecimento de Cristo.
- Paulo! Paulo, porque me persegues?
Sou Cristo... a quem persegues nos irmãos...
 - Pronto, Senhor.
E cegaram-se os olhos da cara, mas abriram-se os do coração. E logo os ouvidos e a mente atenderam e entenderam. E Paulo que ia matar...Morreu.
Em graça ressuscitou o apóstolo das gentes. Descobriu Cristo. Identificou-se com Ele. Já não sou eu que vivo. Ele vive em mim.
A Igreja, todos nós, o lembramos hoje.

"Migalhas": das pedras mortas às pessoas vivas

DSousa, 23.01.05
rua de angra.bmpVamos hoje olhar para as ruas da nossa cidade...são as veias da nossa urbe. E todos somos os glóbulos a correr doidamente por elas na azáfama constante, às vezes delirante, da nossa existência nem sempre calma.
Deixa as ruas mais modernas, as betuminosas com o negro do asfalto.
É talvez mais cómodo, rentável, fácil e duradoiro... Falemos das ruas de paralelepípedos. Eram e são mais clássicas. Os romanos fizeram as ruas lageadas. Os portugueses teceram-nas rústicas. Depois alinharam-se em aduelas, os palelepípedos maciços, todos agarrados uns aos outros, bem tranquilhados com areias e às vezes argamassas fortes, para durarem, suportarem rodados de carros de bois e cavalos, os trens e carroças... E depois os automóveis de todos os tamanhos e feitios...
Repara: muitos paralelepípedos fazem ruas, caminhos por onde transita a vida.
As pessoas não são pedra nem de pedra. Mas importa que sejam unidas, que se dêem a mão, para fazerem todos bom caminho em melhor vida.

"Na Rota da Emigração Amiga" recorda-se S. Sebastião

DSousa, 20.01.05

Em Fresno quiseram brindar-me com uma oferta esplêndida que eu nunca poderia esperar e me entregaram tão gentilmente, embora a minha recusa, que não aceitaram e me cumularam de carinho incomparável: ofereceram-me uma preciosa casula branca, gótico largo e finíssima, bordada a oiro, exactamente o modelo singular que o Papa João Paulo II usou na grande concentração eucarística em Filadélfia aquando da sua visita aos Estados Unidos.

E como se não bastasse à sua generosidade inesquecível juntaram a tão bela prenda mais uma maravilhosa estola vermelha, bordada a oiro com significativas aplicações simbólicas para que a possa usar nas festas do meu querido S. Sebastião.


A "Migalha" exemplar do mártir Sebastião

DSousa, 20.01.05

Hoje é o dia dum jovem militar, herói e Santo. Mártir duas vezes: teve o corpo varado de setas. E por fim espancaram-no sem dó e atiraram-no à cloaca máxima de Roma.
Mas ele não cedeu. Desafiou o imperador. Condenou-lhe a tirania sanguinária. E jurou-lhe que quem venceria, não seria ele mas o sangue dos cristãos, imolados por Deus! E foi.
O imperador romano caiu. Caiem todos os imperadores do ódio. Só o amor vence tudo.
Isto foi há mais de mil e seiscentos anos.
O jovem militar, herói, mártir, santo, é Sebastião de Narbona. Tinha 24 anos. Era chefe dos guardas pretorianos. Valido do imperador. E acima de tudo cristão autêntico.
Que exemplo! Acreditemos que, apesar de tanta maldade e desgraça, ainda hoje há muitos jovens como este Sebastião.




A "Boa Nova": Ele está à porta e bate

DSousa, 19.01.05

Eu repreendo e corrijo aqueles que amo. Sê pois zeloso e arrepende-te. Eu estou à tua porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo. Ap.III,19-20


Se queres ver restaurada em ti aquela morada que Deus edificou no primeiro homem adorna a tua casa com a modéstia e a humildade, a luz da justiça e oiro das boas obras. S. João Crisóstomo

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Todos os dias, e muitas vezes ao dia, o senhor nos bate à porta da vida. Basta estar atento ao sorriso de uma criança, ao gesto alegre da juventude, à perfeição do trabalho do companheiro de viagem, seja pai, irmão ou amigo. Experimente a dar por Ele que passa por nós. Coelho de Sousa  </font>



Pedi e dar-se-vos-á. Quem pede, recebe, quem procura encontra, a quem chama abrir-se-á a porta. Mat. VII,7 </font>


Se alguma coisa acontece contra o que pedimos na oração, nunca duvidemos que o mais vantajoso é o que acontece segundo a vontade de Deus e não segundo a nossa e suportemos com paciência tal contrariedade, dando graças a Deus por tudo. St º Agostinho


Insistimos com Santo Agostinho neste tema da oração que pede e nem sempre alcança quanto pede, para todos resistirmos à ideia da oração tipo empenhoca ou comércio de compadrio diante de Deus. Cristo também pediu ao Pai que afastasse o cálix da dor, mas sublimando a ideia da nossa salvação aceitou morrer por nós. Era melhor para todos. Coelho de Sousa </font>


As "Migalhas" do meio termo. Na oração e na vida

DSousa, 19.01.05
Se calhar pensaste que te aconselhava a andar por aí a falar sozinho no meio desta vida tão agitada. Mesmo quando ultrapassas os 80 no teu bonito carro - ali pela Achada fora... Que perigo! Não. Não devemos abusar dos solilóquios. A solidão nem sempre é boa companheira. Tão pouco o bulício exagerado. Talvez o meio termo seja o mais aconselhável quando os exageros são defeituosos. Mas repara: é ou não verdade que há muita gente que pensa pouco? Anda por aí de cabeça no ar e não assenta nunca em ramo verde? E também não é verdade que que há por esse mundo cada macambúzio, de trombas caídas, que não fala a ninguém, tão metido consigo, que nunca sai de si? Não te parece que um bom equilíbrio nas nossas relações e maneira de ser é o ideal

As "migalhas" da vida são orações

DSousa, 19.01.05
Não sei o que é que tu pensas da Oração. Nem sei sequer se rezas ou não. Isso é lá contigo. Só que talvez não te faça mal se pensares hoje que rezas todos os dias, e talvez todas as horas sem dares por isso. Sim. É a tua vida. O teu trabalho. Na tua profissão ou emprego. Patrão ou empregado. Homem ou mulher. Velho ou novo. Casado ou solteiro. Pensa um pouco:
Quando pensas bem no que fazes ou tens a fazer, quando falas certo com os teus familiares, quando ensinas ou aprendes uma certeza útil para ti ou quem te rodeia, quando partilhas a tua alegria ou desabafas a tua dor ou saudade...
Enfim, quando monologas os teus problemas ou os desabafas com alguém da tua confiança e estabeleces um diálogo consolador, quando tu pensas e ages por bem, estás a construir, a realizar-te e a contribuíres para o bem da humanidade. Isto, e tanto mais, é a oração da vida. Ou vida de oração.
E Deus está contigo.

A "migalha" da vida que é oração

DSousa, 18.01.05

Não sei o que é tu pensas da Oração. Nem sei sequer se rezas ou não. Isso é lá contigo. Só que talvez não te faça mal se pensares hoje, que rezas todos os dias, e talvez a todas as horas, sem dares por isso. Sim. É a tua vida. O teu trabalho. Na tua profissão ou emprego.

"Mais"

DSousa, 11.01.05
Três de EspadasMAIS

Conto as marés pelos dedos
Como quando era criança.
(Temos sempre os mesmos medos
Se perdemos a esperança!)

E mergulhado na espera
Dum areal movediço
Grito às marés: Quem me dera
Não seja a vida só isso!

Isso de ser e não ser
um sobe e desce total...
Que o mar imenso é viver,
Salvando a vida em seu sal!

(Coelho de Sousa, Três de Espadas,
Colecção Gaivota, SREC Editora,
Angra do Heroísmo, Ano 1979, pág. 33)


















A "Migalha" de Coelho de Sousa para o dia 11 de Janeiro

DSousa, 11.01.05

Migalhas

  • "Por mais longa que seja a vida, ela um dia acaba aqui. E se é certo que há vidas atormentadas por doenças incuráveis, por situações de miséria, tantas vezes evitáveis, se a fraternidade humana, chamada solidariedade, assistência, colaboração, esmola, não fossem apenas uma palavra de verniz ou um gesto de consideração casual, a vida seria mais fácil e gostosa de se viver.
  • Todos somos filhos da mesma natureza. Todos habitantes da mesma terra. Todos com direitos iguais. Por isso não nos podemos resignar com tantas injustiças.
  • Tanto suar sem recompensa. Tanto sofrimento sem alívio. É justo e necessário que todos tenham pão e saúde. Casa e agasalho. Família.
  • No entanto, falta tanto para que o Pão nosso de cada dia chegue a todas as bocas, e o amor a todos os corações...
  • Apesar da nossa Fé e Esperança nos dizerem que, para além deste vale de lágrimas há a eternidade feliz no céu, a dor e a fome, o abandono e a desgraça custam tanto a suportar com paciência.
  • Ajudai-nos, Senhor."