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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

"O metaforismo pastoral" - Coelho de Sousa

DSousa, 11.01.05

O metaforismo
pastoral

Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas. Entregou-se à morte pelo seu rebanho. Jo. X, 14

*

Arvore-se a nossa fé nas verdades em que acreditamos, inflame-se a nossa aspiração pelas coisas do céu. Amar assim já é caminhar. S. Gregório

*

Aceitamos com humildade o metaforismo cristão de rebanho-povo e ovelha-pessoa. Cristo usou a linguagem acessível do seu tempo.
Hoje grupo, comunidade, partido, sociedade, são termos mais próprios para dizer o mesmo. O que interessa é amar para bem caminhar.

- 326 -

"Falta de Conhecimento" - Coelho de Sousa

DSousa, 11.01.05

Falta
de Conhecimento

Eles venceram, graças ao Sangue do Cordeiro e ao testemunho que deram desprezando a própria vida até aceitarem a morte. Por isso alegrai-vos. ó Céus, e vós que lá habitais. Ap. XII, 11

*

Quem, efectivamente, não ama a verdade, é porque ainda não a conhece.
S. Gregório

*

Quem não conhece o Pastor, como pode amá-lo e segui-lo?
Há cada vez mais falta de humildade para se reconhecer tanta ignorância religiosa.

- 325 -

O tema do Pastor no "Boa Nova" - Coelho de Sousa

DSousa, 05.01.05

Boa Nova

O livro "BOA NOVA" - o último editado por Coelho de Sousa - é elaborado com base num esquema muito simples e que se mantém constante ao longo das suas 360 páginas.
Toma como ponto de partida duas máximas breves, de duas ou três linhas, sobre o tema em título, normalmente de conteúdo religioso ou moral. A primeira dessas máximas é sempre retirada da Bíblia. A segunda, de um grande pensador da tradição cristã.
Segue-se-lhe, a terminar, uma breve reflexão do próprio Coelho de Sousa. Esta reflexão relaciona-se com as duas máximas anteriores, mas acaba por ter conteúdo por si mesma e pode funcionar como texto isolado. Por norma, apenas vamos utilizar para o blog esta última reflexão de Coelho de Sousa.
Hoje, excepcionalmente, e por se tratar do primeiro exemplo, vamos transcrever, nos dois "post" seguintes, a totalidade do texto do "BOA NOVA" sobre o tema do pastor.


A Poesia do Pastor de Almas - Coelho de Sousa

DSousa, 02.01.05

As preocupações de Coelho de Sousa, como Pastor de almas e pessoas, reveladas nas duas últimas obras da sua vida, MIGALHAS e BOA NOVA, não estarão ausentes da sua inspiração poética. É o que documenta o seguinte poema, do "TRÊS DE ESPADAS":

Três de EspadasPASTOR

Estou no monte ao luar,
Vigiando o meu rebanho,
Não venham lobos tragar
Os anhos que guardo e tenho.

Neste mundo ingrato e vário,
sem cuidar vivido instante,
Não quero ser mercenário;
Quero morrer vigilante.

E dou por ti e por todos
- A minha alma e pastoreio -...
Não tenho medo dos lobos!
Estás comigo em meu seio...!














As "Migalhas" da "Boa Nova" e a "Boa Nova" em "Migalhas"

DSousa, 02.01.05

  • "Migalhas" e "Boa Nova" foram as duas últimas obras publicadas por Coelho de Sousa. A primeira, em 1987 e a segunda, em 1994.

  • Ao contrário das outras três obras publicadas em vida de Coelho de Sousa - (Poemas de Aquém e Além (1955), Três de Espadas (1979), e Na Rota da Emigração Amiga (1983) - aquelas duas últimas obras obedecem a preocupações pastorais e sacerdotais de catequese e apologética pastoral e religiosa, do ponto de vista do seu conteúdo concreto, e resultam da compilação de notas e apontamentos de reflexão diária, publicados, originalmente, no Jornal "A UNIÃO", de que Coelho de Sousa foi Chefe de Redacção e Director, durante anos.

  • Da introdução a cada uma delas, respigamos as afirmações que anunciam estas características.

  • Nas "Migalhas", diz Coelho de Sousa, em texto que designa de "Aperitivo":

  • "No banquete desta vida peregrina, tantas vezes, a Verdade e o Amor aparecem poluídos por ideologias erradas. Por isso, no dia-a-dia do velho jornal "A União" se foram deixando estas simples migalhas de verdade e amor para conforto de possíveis leitores, que apreciam este Pão-Nosso divino e humano.

  • Para que tais migalhas não se perdessem na sina efémera dum jornal diário, e a pedido de muitos leitores, elas aí ficam arquivadas neste pequeno volume, com a mesma simplicidade de origem e amigo papel de arquivo".

  • Na "Boa Nova", 7 anos passados, sob o título Voltamos... diz-se:

  • "Feliz o escriba que sabe e pode tirar coisas velhas e coisas novas do seu tesouro-arquivo. E muito mais feliz será, sabendo que o Senhor da Verdade e do Bem, se revela, de preferência, nos pequeninos.

  • Tentou-se que assim fosse, quando aqui, migalhas de Amor, se puseram na mesa da comunidade.

  • Agora a fonte, o tal tesouro-arquivo será, de novo, a Bíblia, plena de coisas novas e velhas, com sabor profético e apostólico de Boa-Nova, Evangélica. (...) Voltamos forçados pelos empenhos generosos de muitos leitores."

A "Migalha" de Coelho de Sousa para o dia 1 de Janeiro

DSousa, 01.01.05

Migalhas

  • Em 1987, Coelho de Sousa publicou uma colectânea de pensamentos, em formato de bolso, a acompanhar os 365 dias do ano, a que deu o nome de "Migalhas" e que dedicou ao "povo da Vila de São Sebastião".
  • Registamos aqui a "migalha" de pensamento, para o primeiro dia do ano:
  • "Há um ditado que diz: Não se conta com quem bem começa, mas, sim, com quem bem acaba. Todavia, também é verdade que, raramente, bem acaba quem mal começou. Ou seja, tal vida, tal fim, dizem os latinos.
  • Por isso um célebre filósofo grego antigo ensinou ao príncipe: se queres governar ou governar-te bem, em tudo olha o teu fim. E como ninguém, consciente, se quer perder, então vive agindo com os melhores meios e modos de só progredir na perfeição.
  • Perfeitamente. Ordenará ambientes e maneiras que atinjam os bons fins. E de tal forma que, meios e fins se harmonizem sem prejuízo de ninguém.
  • Tudo isto são princípios ou verdades da experiência antiga? Sim. Mas interessa sempre tirar o novo do velho. Tanto mais quanto as velharias são preciosidades. E às boas migalhas de pão saboroso não fica bem deixá-las cair no chão.
  • Quantas boas refeições se fazem com migalhas? Haja habilidade. E apetite. Estas migalhas vão ser este ano, pão nosso de cada dia."






Coelho de Sousa e a Cultura (Religiosa) Popular

DSousa, 01.01.05

Não quero deixar de registar que acabo de encontrar, numa das crónicas de Coelho de Sousa sobre a emigração, compiladas "NA ROTA DA EMIGRAÇÃO AMIGA", palavras do próprio Coelho de Sousa, que confirmam a perspectiva do seu papel na confluência da cultura popular e da cultura religiosa oficial.
Diz ele, referindo uma celebração religiosa da emigração açoriana no Canadá:
"...O povo é bom. É preciso aproveitá-lo. Ajudá-lo.
É sim senhores, o povo é bom. O que é preciso é entendê-lo e respeitá-lo. Purificá-lo de crendices tontas. De velharias ultrapassadas e apanhar e manter o cerne da vida e da Fé. Lá como cá. E quanto antes. Porque mais tarde, será tarde. Passa o combóio da descrença indiferente ou relaxada, e perde-se o que é bom, salutar. Humano e divino. Daqui não há que fugir. Ou quem duvida?"


Poema de Coelho de Sousa em Blog

DSousa, 01.01.05

Volto ao "Álamo Esguio", depois da interrupção, mais ou menos inevitável, do período do Natal e Ano Novo. Volto para assinalar, também com inevitável atraso, a publicação, no passado dia 22 de Dezembro,  no  PORTODASPIPAS, do poema de Coelho de Sousa "É URGENTE", do seu último livro de poesia, "TRÊS DE ESPADAS", publicado em 1979. É com especial satisfação que o faço. É um sinal de que a obra e a memória de Coelho de Sousa continuam vivas para aqueles que com ela contactaram ou a vão conhecendo. É alargar este círculo de memórias, referências e testemunhos que se pretende com este "Álamo Esguio". Bem haja Miguel de Azevedo por ter trazido, à memória ou ao conhecimento das pessoas, Coelho de Sousa, precisamente neste período do Natal, a que ele era particularmente sensível e a que, desde os seus tempos de aluno do Seminário de Angra, dedicou a sua capacidade de artista, em comemorá-lo e fazê-lo reviver! Quem quiser reler o poema pode recuperá-lo AQUI.

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