Toda a gente se queixa que há barulho a mais.
A tal poluição sonora.
E nessa explosão de ruídos, há palavras em demasia.
Algumas inconvenientes.
Muitas injustas. Infelizes.
Há, portanto, que fazer a destrinça das palavras.
Controlar a linguagem.
Pesar e medir o nosso discurso.
Vamos ser julgados pela palavra.
Sobre as palavras que dissermos e ouvirmos, atendamos aquele aviso que S. João nos deixou no cap. 12 do seu Evangelho:
"Quanto àquele que ouvir a minha palavra e a não escutar, não serei eu a condená -lo pois não vim para condenar o mundo mas para salvar. A quele que me respeita e não quer receber as minhas palavras, terá quem o julgue. A Palavra que eu pronunciei. Ela o julgará e condenará no último dia".
A palavra de Deus, falou, curou salvou.
Ouviste-a ?
Segues tal Palavra?
Será porque não somos de Deus que não ouvimos e aceitamos a Palavra de Deus?
Esta Palavra não te diz nada ?
Pois se ela até ressuscitou os mor tos..
Como não ressuscitamos ?
Por esta Palavra, os mortos, reviverão.
Deus está no meio de nós.
Em toda a parte que chamem por Ele.
Na sua omnipresença ou Infinitude.
Mas está, sobretudo na sua Palavra.
E a sua Palavra, por excelência é a Sagrada Escritura.
Isto aqui tem sido afirmado nestas últimas migalhas, com uma certa insistência.
E porquê?
Várias razões podiam ser lembradas .
Mas agora uma só bastará.
Nós os católicos lamentamos que os protestantes não veneram ou adorem a Eucaristia como nós.
Está certo.
Mas neste tempo em que o ecumenismo nos impõe mais respeito pelos outros, havíamos de ver e entender que eles têm mais culto pela palavra de Deus do que nós.
E ninguém poderá comungar a Cristo na Eucaristia com mérito, sem saber e estimar a Sagrada Escritura.
É o mesmo e único Cristo.
Palavra de Deus .
É verdade.
Por mais estranhos ou alheios que pareçamos conduzir-nos, a verdade é que todos somos permeáveis.
Influenciáveis.
E por mais que disfarcemos sempre restam em nós os vestígios de tanta conversa que ouvimos.
Ninguém fica totalmente indiferente.
Só com a palavra de Deus é que, muitas vezes tudo passa sem fazer mossa...
Há tanta orelha mouca...
Ainda se fora só para as palavras ocas!
Mesmo assim, não será justo universalizar tudo e todos.
Pois há imensa gente que por esse mundo fora parece ter ouvido e esquecido a palavra de Deus, o seu chamamento, mas no fundo, sempre ficou algum sinal marcado que às vezes, aparece a produzir o seu bom fruto.
É que quem guarda com Deus e por Deus, sempre encontra algo de bom.
Há por ai uma série interminável de lotarias e rifas onde se podem tirar grandes prémios.
Lotarias antigas com taludas sugestivas.
Rifas de festa ou sociedade cultural ou desportiva...
E alguns têm sorte.
O Totobola e o Totoloto têm feito milionários.
E às escondidas o diabo do Bicho e às claras 0 Raspa-raspa, vão despejando os bolsos de milhentos e contemplando a carteira de alguns.
É uma loucura.
Só Deus, por Jesus Cristo, nos deu a sorte grande da sua graça divina, que a todos sai, quando se joga na verdade e no amor, na justiça e no bem.
E há tanta gente que não quer jogar...
E de graça.
Não é triste?
E esta lotaria divina nunca nos engana...
Nós é que nem sempre acertamos.
O Evangelho é proclamado (devia sê-lo) em todas as Missas.
E lido, declamado, explicado, comentado em todas ou quase todas as Missas dominicais.
Até na véspera, agora a partir do meio dia tem valor dominical.
E, infelizmente, não há nada que mais depressa se esqueça.
Isto regra geral.
Dizem os mestres da vida espiritual que este esquecimento é uma prova real da existência do diabo.
O diabo?
Sim.
Há um certo número de provas experimentais na nossa vida de que o diabo existe.
Não é nenhum dragão com sete cabeças.
Mas é um espírito mau que vai fazendo das suas por esse mundo fora.
O Evangelho fala dele.
E mais que provas de autoridade, as provas de experiência humana acusam a sua actividade desastrosa em todos os tempos e lugares.
Uma das tais provas é a rapidez sobrenatural com que todos, mais ou menos nos esquecemos da palavra de Deus, se é que chegamos a ouvi-la no fundo da nossa consciência.
Ora repara:
Qual foi o Evangelho do último domingo?
Dizem-nos e temo-lo visto, e ainda bem, que muitos lares tem a Bíblia em lugar de destaque.
Algumas Bíblias monumentais estão abertas na estante ou no centro da sala da família.
Óptimo.
Será um adorno só?
Deus nos livre.
A palavra de Deus é vida.
E com a vida não se brinca.
Nem sequer como adorno de luxo.
Se a leitura atenta, humilde, consciente, se fizesse das inúmeras Bíblias que se editam e se vendem, o mundo estaria muito melhor.
Os Açores estariam muito mais activos, e em progresso social, mais democrático e mais cristão.
Vejam lá, como tem estado tão ofuscada a Palavra de Deus, no meio desta actual barafunda de palavrórios persuasivos e eleiçoeiros?
Quantos são os oradores que pautaram os seus discursos pelo Evangelho?
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