Ter fé não é simplesmente pensar como católico, é sobretudo viver como cristão.
E quando não se pensa como se vive, acaba se sempre por viver como se pensa.
E vai daí que há tanta vida errada porque é no erro que se estriba tal vivência.
Como é que se pode ter Fé, quando não se ama?
O amor é essencial na Fé.
São três grandes virtudes da vida teologal.
Mas a que permanece eterna e essencial é a Caridade.
Fé e Caridade são um todo.
Lembremo-nos que o nosso julgamento não vai ser só de crenças mas sim das obras.
E estas têm que ser de amor e por amor.
Havemos de dar contas muito sérias pelo uso ou abuso deste dom gratuito do Espírito que recebemos no nosso baptismo.
Fazer uso da Fé é confiar e amar sem medida.
Isto é o mesmo que ser verdadeiro, autêntico.
Cristão de Fé viva. Sem fingimentos.
És assim?
Não é uma nuvem que se ponha diante do Sol que me fará negar a existência do astro-rei.
Nem o facto de qualquer um de nós ser atacado por forte fastio nos tira a obrigação de nos esforçarmos por uma alimentação eficaz.
Portanto, não é uma sombra na Fé que me vai levar à descrença em Deus, na sua e nossa Mãe...
Nem sequer serão os defeitos humanos, que me levarão a descrer da santidade cristã da Igreja.
Mesmo humana, deve ser reino de justos, o povo de Deus que nós somos pelo baptismo.
Já sabemos que até o justo pode ter infidelidades.
Não deve é demorar-se voluntária e conscientemente, nelas.
Lá por a noite ser escura, nem por isso deixa de ser útil à vida universal.
Depois da noite, vem sempre um dia claro, esclarecedor.
Assim na dura caminhada da Fé.
Na luta contínua pela Verdade que é a Luz e Vida.
Coragem.
Dizem os entendidos nestes problemas da Fé que procurar a Deus com frequência e sem perder a coragem;
Se Ele tarda (parece-nos) em manifestar-Se;
Pode ser uma caminhada mais meritória e mais eficiente do que o repouso tranquilo da sua posse.
Dizia Mounier que há uma Fé confortável e também pode haver uma incredulidade confortável.
O Martin du Gard dizia que o que importa não é crer ou não crer, o que conta é a maneira como se acredita ou como se nega.
Haverá sempre dúvidas, sombras, lutas, períodos fortes e fracos, claros ou nublados.
O que interessa é lutar sem ilusões nem preconceitos.
Santo Agostinho bem sabia por que dizia que estamos sempre inquietos.
O que importa é servir, combatendo o bom combate concluiria S. Paulo.
E ninguém se pode furtar a esta batalha de heróis.
Perder um amigo é uma desgraça enorme.
Pecar é perder a amizade de Cristo que é o nosso melhor amigo.
Logo uma desgraça terrível.
E se não se dá o encontro recuperante nesta vida e assim se chega ao fim da meta de relações cortadas com Deus o que é que nos pode suceder?
Se da nossa parte não houver a vontade de regressar e pedir perdão, mudando o passo e o rumo da vida, o fim não vai ser famoso.
Antes pelo contrário.
Só resta o castigo, por mais misericórdia que exijas de Deus-Pai.
Repara nos dois ladrões crucificados ao lado de Cristo.
Ambos tiveram vida má neste mundo: assassinos e ladrões.
Um olha para si e para Deus, arrepende-se vai para o Reino de Deus.
O outro não olha para si, desespera, não aceita Cristo, não quer o seu Reino...
Perde-se.
Melhor fora não ter nascido.
Já pensaste bem nestas realidades actuais?
A vida nova não quer dizer ter poucos anos.
Abraão era tão velho e Deus deu-lhe vida nova.
A vida de Fé nunca deixa envelhecer.
Renova-se sempre.
O escriba sabe tirar da sua escrita coisas novas e coisas velhas.
Do livro de Deus, a Escritura, por mais antiga que seja no tempo, é sempre nova no Espírito que a vivifica.
E a nós também dá vida nova.
A vida de verdadeiros filhos e irmãos na família divina de Deus.
Na Carta aos Colossenses, SãoPaulo, IV, 9,10 lembra-nos que devemos lutar contra os vícios capitais, «porque nos despimos do homem velho com as suas paixões desordenadas e nos revestimos do homem novo, que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.
Despojemo-nos do homem velho pecador.
Vamos vestir-nos, todos, do homem novo com justiça, verdade e amor.
Há muita gente que se diz cristã mas não quer aceitar uma realidade que enegreceu a história da humanidade ou seja o pecado, cujo preço é a morte.
Inclusive a do libertador, exactamente para nos conseguir a salvação plena, eficaz.
A libertação total da escravidão do mal.
Agora só se perde quem abusar da sua liberdade, a maior riqueza que define o próprio homem.
Só que já ninguém pode pensar apenas no pecado individual.
Todos temos que ter consciência do pecado colectivo.
Porque hoje o homem não quer nem pode ser sub-homem, nem tão pouco super-homem.
São dois extremos perigosos, desumanos.
Mas o homem livre e solidário, todos querem sê-lo.
Mas, em pecado colectivo, ninguém é individualmente livre.
Nem colectivamente.
O Sínodo dos Bispos realizado em 1971, em documento universal da Igreja fala-nos abertamente da «situação de injustiça e opressão» uma vez que o mundo está hoje nitidamente marcado pelo grande pecado da injustiça».
Num dos dias Mundiais da Paz, afirmava-se pela voz do Papa.
«Se queres a Paz, faz a Justiça».
Ora é precisamente o verdadeiro sentido de Justiça que falta muitas vezes na vida dos próprios cristãos a todos os níveis pessoais e comunitários.
Assim como a sociedade perfeita não se faz desprezando a sua célula básica que é a família, justamente respeitada.
Assim, a própria Igreja que é, basicamente, a família ampliada com justiça a todo o imundo.
É a catolicidade da justiça, irmã do amor, que fará a verdadeira paz cristã ideal para todo o mundo.
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