Pensei que nunca mais viria alguém
suavizar a dor pungente
deste Agosto ardente
em que me afogo...
mas logo,
com gosto de maçã
vermelha e doce,
desfizeste
a solidão ferida.
Então juntou-se
o fruto à fome
E foi a vida.
os lábios da manhã
Gozei os beijos do sol
como se fossem pai e mãe
animando a dor
e a solidão
dum filho pecador
que abraça a vida
à porta do perdão.
E ao meio dia, a festa
refulgente
encheu de vinho e pão
a mesa, a casa, a gente.
Vamos por esse mundo fora
com nuvens nos pés...
Vamos bater à porta da aurora
aureolada de flores e marés...
E de mãos dadas,
como asas de vento,
coroemos de sol os nadas
que nos irmanaram por dentro.
E depois
cada fala do ser
será rosário de sóis
sem entardecer
no paraíso...
Vamos...
Que a demora é prejuízo.
Se não me encostar
à ogiva do teu ser
como hei-de erguer
aos céus
os coruchéus
que nos unem
eternamente?
Pedra angular és tu
e grão de areia eu sou
E só o nosso amor nos imolou.
Fiel ao rumo do meu ser gaivota
não quero naufragar
no oceano dos teus olhos
ressalgados.
No círculo torturante das palavras
reprimidas
com dedos de vento
e laços de fogo
eu sinto logo
o tormento
das nossas vidas
imoladas
à solidão hiante.
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