São Francisco Xavier
Nas Índias a baptizar
baptiza o meu coração
Pr'á Terceira mais amar!
A vigia sobre o mar,
Miradoiro, o mar é lindo!
A Graciosa a nadar
E S. Jorge vem saindo
Como um peixe bem deitado
sobre o mar em frente ao Pico...
Ai Jesus! Que estou cansado
Mas aqui é que não fico...
Uma sombra em que me meta
Vamos Coelho pr'á loira...
Linda mata da Serreta
Que o sol poente já doira...
Toiros de morte p'ra rua...
Vai devagar não te pises...
Não há boca como a tua...
És como um gato em perdizes.
Oh! Manel vamos embora...
Vamos depressa aos Altares...
Por S. Roque chama agora
Depois de te embebedares!
Altares frescos, lavados...
Que horas são? Já sete e dez...
E vamos tanto atrasados,
Altares lindos... não vês?
Meu Raminho de alecrim
Muito alecrim feito aos molhos!
Se calhar choras por mim
E por ti choram meus olhos...
Vou depressa, adeus S. Braz
Vila Nova, Agualva e ala!
Quatro Ribeiras, p'ra trás,
Biscoitos e pão de rala
E vinho branco a correr
No calhau para a tourada...
São horas já de comer
Que basta a fava torrada...
À sombra desta latada
Põe-se a toalha no chão.
Nas cestas não fica nada
E come-se tudo co a mão!
O vinho é doiro brilhante
A lagosta, o carangueijo...
Tem cuidado com picante
Que depois mais nada vejo...
Linda Praia da Vitória
À tua volta esse mar
Uma coroa de glória...
Um abraço de encantar!
Vou parar, pois tem que ser...
Maria da Fonte na Praça...
Fortes ao longe a morrer
E a Matriz plena de Graça!
Entre eurocárias perdido
José Silvestre Ribeiro...
A teus pés tens-me rendido
E meu preito é verdadeiro...
Largo da Luz, o Asilo
São Lázaro, sua Igrejinha!
Misericórdia, Hospital
para tudo tens mésinha...
Linda Praia, linda Praia
Vou-me embora, adeus, adeus
Quem te vê, fica a ti preso
Outro amor juntado aos meus...
Vou-me embora, que mágoa!
Daqui me prendo, já tardo!
Ribeira Seca, sem água,
E depois Fonte Bastardo!
Lá em baixo, Porto Martins
Saudades da mocidade...
Pedras negras sem confins
Horizontes da Saudade...
Álamos-bravos, Tronqueiras
Cabo da Praia distante,
Bel-jardim, oh laranjeiras
Pela encosta verdejante!
E na casa da Ribeira
E mais ao norte, Fontinhas
Fica o pomar da Terceira.
Damascos e tangerinas.
Estende os olhos além!
Salga e Brianda Pereira!
Devagar, quem longe vem
Salvou-se ali a Terceira!
Oh! Pesqueiro dos meninos
trepa-se a rocha a correr...
D. António, os seus destinos
aqui vem a defender!
S. Sebastião quem diz
que tu és feia e és triste
Beije as pedras da Matriz
E verá se inda resiste
Aos encantos que tu tens...
Em cada pedra se enconde
O pranto das nossas mães
mais as letras de Drumonde.
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