Coelho de Sousa: De Porta em Porta (IV)
E fui-me embora... Ali pertinho estava a loja
aonde a gente compra chitas e percais;
sapatos e galochas, chapéus e muito mais,
Que tudo ali se vende. Até quanto me enoja,
com pesos e medidas. Entrei. Boa tarde.
E lá de dentro alguém me respondeu também,
Ora viva! Deseja alguma coisa? Aí tem
quanto precisa. Um metro, sem alarde
Pedi eu. - Mas, um metro, assim quereis comprar?
- Não. Venho só ao que lhe falta acrescentar...
E venho para encher os pesos que tens ôcos,
Dizer-te que não mintas quando dás os trocos...
Mas quem és tu, assim audaz e metediça?
Eu sou quem não conheces... Eu sou a justiça...
E por medir-me as costas, ia o metro erguer...
Mas eu saí... E fui noutra porta bater...