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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: E não podia calar-se (III)

DSousa, 11.05.07
 

E não podia calar-se

           

 (III)








Quem sabe donde vinha tanta gente?
De Bersabeia ao Sul, Jerusalém,
De Jape e Cesareia no poente,
E muito perto Siquem e Efrem?





Talvez de Jericó, Betânia e Pela;
Talvez de Tiberíades e Magdala;
Quem sabe quantos olham uma estrela;
Quem sabe quantos ouvem uma fala....






Das bandas de Belém vinha um segredo,
Que Nazaré guardou sem compreender...
E novamente o encontro que o rochedo
de Hebron pela visita pôde ver...




Quem sabe donde vinha tanta gente
Para escutar o Verbo novo, aberto,
No inspirado grito, eloquente
Que ao mundo fala no meio do deserto:



Coelho de Sousa: E não podia calar-se (II)

DSousa, 09.05.07
 
E não podia calar-se


              (II)




 
 





E corre a pisar seu rio Jordão
Que as águas também falam
                                      do abismo
A desaguar virão do coração
As águas do amor pelo baptismo








Nas suas mãos erguidas como atleta,
Aa vara do arrimo e do poder.
Na sua boca o verbo do profeta
rogando o mundo todo ao Verbo ver.





 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E mais que tudo na alma arde um vulcão,
Abrindo a treva densa ao seu fulgor...
Espadaúdo e alto, São João,
Clamando, ardente, ao homem: Eis o Amor.




 
 
 
 
 
 

Coelho de Sousa: E não podia calar-se (I)

DSousa, 07.05.07


E não podia calar-se


(I)








Jamais o tinham visto na Judeia.
Espadaúdo e alto, ardente e forte,
Trazia o rosto seu a cor da areia
E tinha o braço erguido para o norte.






O mel silvestre fora o seu sustento
E gafanhotos deram  seu petisco.
Na sua voz trazia agora o vento
A porta aberta para o grande aprisco.







Caminhos da cidade não sabia.
Palácios e salões, ao seu desprezo...
Só vinha para ensinar o sol ao dia;
Trazer no fogo, o mundo todo preso.



Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(XII e último)

DSousa, 05.05.07


As nossas mãos... e as Dele.








As mãos divinas no horto...

As mãos divinas na cruz

São as mãos de Cristo morto.

Por três dias foi-se a luz
Que há-de vir no dia grande
E serão no dia eterno
Mãos de Deus na eterna Glória...






E nada mais... minha alma!

Agora podes falar...
Pois é tempo de eu calar
este programa de vida.



O que me digas a mim...
ninguém o há -de saber
Os segredos que me dizes
morrem quando eu morrer...


As nossas  mãos e as Dele...
As nossas mãos e a vida!
A vida que é para ti
E não podemos perder!




Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(XI)

DSousa, 03.05.07

As nossas mãos... e as dEle







Fazem negócio no Templo
de toda a sorte os ladrões.
Em suas mãos o azorrague
fulminando os vendilhões...




E as tempestades no lago
Quebram leme, rasgam velas...
E as suas mãos afago
fazem brilhar as estrelas
no sorriso da bonança...


Sentam-se à mesa estas mãos,
A tomar o pão e o vinho,
E numa benção traçada
já do pão não resta nada
a não ser a sua alvura
e sabor...

E do vinho outra doçura
se acoberta em sua cor...

É a doçura de Cristo...




Coelho de Sousa: As nossas mãos... e as d'Ele...(X)

DSousa, 01.05.07


As nossas mãos... e as dEle...








Há surdos para o ouvir...
E os ouvintes perceberam
A verdade que esperavam!




Há coxos para o seguir
Mas não se podem mexer...
Das suas mãos uma benção
Que logo os põe a mover!



Mortos de há tempo e do corpo,
Mortos da alma e da vida,
Anseio a ressurreição
Na graça da sua mão!






Madalena arrependida
E a mão no ar que abençoa...
O poço da eterna vida
na concha das suas mãos...




Eis  filho no regresso
E as mãos do pai que o abraçam...
Gentes que morrem de fome
E os pães multiplicados
No poder das suas mãos...




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