Sábado, 30 de Junho de 2007
Coelho de Sousa: Dá-me de beber (VII)
Dá-me de beber
(VII)

- Senhor... o teu olhar é raio,
a tua fala é brasa,
Quem sois, Senhor?
Ah! Senhor, que eu não tenho marido...
-É verdade... Já este é repetido...
Já cinco vais contando em teu amor!
- Senhor, ninguém te engana, és um profeta!
adivinhaste...
Diz-me Senhor, a mim, a mim,
Tu vês, além, o Monte Garezim
aonde os nossos pais louvaram Jeová...
Diz-me Senhor, é ali que Ele está...
ou ainda mais além, além,
em Jerusalém?
- Mulher... Acredita,
Já soou a hora,
E hora bendita
Em que a verdade adora
a Deus em toda a parte!
- Tu falas do Messias!
Já sei que ele há-de vir.
E tudo isto
que dizes
nos dirá o Cristo!
- O Cristo sou eu... eu...
- Senhor! Senhor, eu creio, dá-me de beber!
Quinta-feira, 28 de Junho de 2007
Coelho de Sousa: Dá-me de beber (VI)
Dá-me de beber
(VI)

- Senhor, não sei quem sejas,
Não hás-de ser maior que o nosso pai Jacó.
Tu vens de caminhada, tens em teus pés o pó...
E se tens sede, bebe o que desejas...
E dá-me em paga ao menos uma gota d'água
da tua água viva. E assim a mágoa
de vir aqui ao poço havia de acabar...
Dá-me de beber! Dá-me de beber!
- Sim... mulher,
Não negarei, não recusarei a alguém
a água que me pede quem a quer...
mas vai primeiro a casa,
chama o teu marido e vem...
Terça-feira, 26 de Junho de 2007
Coelho de Sousa: Dá-me de beber (V)
Dá-me de beber
(V)

- E como pode ser?
Se aqui
É este só o poço que Jacó fundou...
- Mulher, a água que eu prometo e dou,
Não se tira em balde e nem se enche em cântaro...
Se tu soubesses,
Ao céu farias preces
por só beberes dessa água viva.
A água deste poço não mata a sede toda...
A que eu darei, porém, há-de matar
a sede eterna...
Domingo, 24 de Junho de 2007
Coelho de Sousa: Dá-me de beber (IV)
Dá-me de beber
(IV)

- Dá-me de beber... Dá-me de beber!
- Tu que és judeu? Tu? Como pode ser?
Falar-me assim, a mim que sou mulher!
Pedir-me água, a mim Samaritana?
Ignoras, porventura a lei que não se engana?
Não sabes nossas pátrias sempre em guerra aberta?
- Mulher... Se tu soubesses a fonte que desperta...
mananciais de água pura junto a ti,
Serias quem pedia a água de beber!
Sexta-feira, 22 de Junho de 2007
Coelho de Sousa: Dá-me de beber (III)
Dá-me de beber
(III)

Vamos... Sai de ti mesmo... E mundo fora
Encontrarás o que procuras...
Vamos embora...
Teu mal eu adivinho...É de securas...
E eu sei aonde existe um poço de água viva
que mata a sede eterna a quem quer que a beba...
Adeus e leva só contigo o encanto destas notas de concerto...
um céu aberto em arcos de violino!
Não tenhas medo.
Aos longes do horizonte,
A música te leva à fonte
E vai-te descobrir um divino segredo.
Adeus... ouvinte amigo...
Eu não vou contigo...Espero aqui por ti...
Quarta-feira, 20 de Junho de 2007
Coelho de Sousa: Dá-me de beber (II)
Dá-me de beber
(II)

As notas desta música hão-de ser as pedras
para o teu passar.
E hás-de ter guarida
muito além do mar
e muito além de ti,
na casa do amor que nasce e morre...
Vamos... Deixa o teu amigo
e leva só contigo
as notas do concerto
que ainda estás a ouvir...
E deixa a tua casa,
E deixa tudo o mais que te prendeu
à terra...
Cuidados que te põem em brasa
o coração,
O vinho que bebes e encerra
a perdição,
E se tens fome, o pão do céu
terás,
E se tens sede, a água
que dá a paz
tratando toda a mágoa,
encontrarás...
Segunda-feira, 18 de Junho de 2007
Coelho de Sousa: Dá-me de beber (I)
Dá-me de beber

Cala-te... Não digas nada, ouvinte
Deixa esta música celeste
tombar na tua alma...
E faz à tua volta a calma
já que vieste
Ouvir este programa
"A vida é para ti"!...
Acende no teu peito a chama
do amor divino,
E se puderes não fiques aqui,
que andar é o teu destino,
e vai longe no tempo e no caminho.
Não leves mais ninguém...
Embarca tu sozinho
ao país do sonho... da poesia... do bem!
Em busca da Verdade,
para encontrar a vida,
Vai-te sozinho... Deixa a saudade...