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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: O Peregrino (II)

DSousa, 11.07.07
 O Peregrino


         (II)






- Vem, não tenhas medo...

Ai que bem me sinto
neste labirinto
que não tem segredo
há muito para mim...

Sim!
Imenso! Este poder imenso
que ás feras deu vencida,
ao fogo e à forca,
alforge e cruz!

Imenso! Este poder imenso
É luz,
é vida.

- Repara nesta pedra, a grelha desenhada.
E lê o nome de Lourenço!

- Aqui é tudo... o mundo é nada.
Isto,
a tumba de Calixto
O grande herói...

E lê milhares e milhões,
as legiões
de quantos foram por aquele que foi
No abraço de uma cruz...
E é eternamente
o bom Jesus!

Coelho de Sousa: O Peregrino (I)

DSousa, 09.07.07


              O Peregrino

               (I)





Vem... Não tenhas medo.
Já passei por aqui tanta vez...

E já fiquei aqui tantas horas sozinho...
E sempre a mesma a luz daqui e... do caminho...

Olha... repara... não vês?


Além naquela pedra... aquele rochedo
as letras cor de sangue e a luz a arder?

- Sim... E ?
- Vem daí.

Não estejas a tremer...
Já leste o nome? É bom esse sorriso...

Então inda tens medo? Ele é Tarciso.
Já vês que estamos bem acompanhados...

Tarciso... o das pedradas... Que levava
O Sol dentro do peito sob as suas mãos...

- Espera... E esta lousa esconde,
aquela que morreu, onde?
Um dia?
E que tocava
angelicais acordãos
em divinais teclados?

Cecília...


Coelho de Sousa: Dá-me de beber (X)

DSousa, 05.07.07

                  Dá-me de beber


                            (X)






Ouvinte,

Ao longo dos caminhos que tu trilhas,
levando nos teus ombros as pesadas bilhas
de tantos afazeres e cuidados;
que ás vezes te atormentam em profunda mágoa,
tu sentirás por certo, ânsias de beber água...
Tu não podes, não deves morrer à sede...
pede... pede:

Senhor! Senhor!  dá-me de beber...



Ouvinte,

Sei lá se tu és pai, cansado no trabalho,
Sei lá se tu és mãe, chorando algum desgosto,
Sei lá se tu és filho ou filha sem pensar na vida,
ou criancinha loira e entretida
a brincar com o boneco frágil,

Não tenhas medo:

Vai junto Dele... à beira do seu poço
E diz-lhe o teu segredo...



Coelho de Sousa: Dá-me de beber (IX)

DSousa, 03.07.07


              Dá-me de Beber


                         (IX)







Não julgues ser a graça só dos olhos,
Que ás vezes no olhar estão abrolhos;

Não penses ser a graça só falar.
Falar é muito pouco.
É muito mais amar!

Nem julgues ser a graça encanto de sorriso...

A graça é sol e vida e paraíso...

A graça é Deus em nós...
A sua voz,
O seu amor enchendo a vida...
E nós tendo guarida
dentro Dele. Eternamente.


Coelho de Sousa: Dá-me de beber (VIII)

DSousa, 01.07.07
             


Dá-me de beber


                 (VIII)









Querido ouvinte, voltaste...aqui te espero
e te pergunto agora
responde-me sincero?

Adivinhaste em água de promessa,
a realidade viva que nos mata a sede?
podes pensar... e pensas ... qual será?



É elixir de vida... e vida eterna...
As fontes deste mundo todas secam...

E a água que se guarda na cisterna
também se perde ás vezes...

Mas esta água viva, nunca seca ou passa...
E se a guardares em teu peito,

que sejam mil os teus revezes
Ela é sempre pura e santa: A graça...
A graça!



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