Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural
Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural
Oh! Pátria mãe querida, aqui te ofereço o preito meu, humilde mas sincero. É pouco. É muito pouco o que ora dar-te quero: Uns versos mal rimados que aceites, peço.
Afonso, o rei primeiro te fundou no sangue de heroísmos sem rival. Senhora da Oliveira abençoou Condado que, pequeno, é Portugal.
E o teu caminho é sul, além do Tejo. Não basta a cruz de Ourique a Santarém. Depois deste desejo, outro desejo, Lisboa! Alcácer ! Faro, o mais que vem.
Algarve dos Algarves, tudo nosso. Santa Maria é mãe. De porta aberta Ficou-se agora a África. O alvoroço De Aljubarrota nado, a alma desperta.
Não foi adormecido no burel O génio duma raça aventureira. O mar é rumo certo ao seu laurel, à espada de D. Nuno, a terra inteira.
Oh! Tágides sonhando glória insana, Heróis do mar fechado, áureo e fecundo, as velas vão se ao largo. É lusitana a gente que dá mundo mais ao mundo.
Estimado ouvinte, Neste dia grande - 1 de Dezembro - em que a história palpita no sangue português com ecos de bravura heróica, evocar a Restauração do passado é reafirmar indefectível a Restauração urgente, dinâmica, generosa e total da hora que passa.
A pátria é eterna nos filhos que se eternizam na honra e glória dos grandes feitos ...
As gestas do passado são a mesma vida de ontem que, hoje, é para ti e para mim.
É como se o passado fora pouco, agora e tanta vez, ousado e louco. Posto em delírio, o mal em mim refez o quanto fora asado em nuvem de martírio.
Outrora a heroicidade portuguesa Cruzou dum pólo ao outro todo o mar, Agora, são heróis de igual nobreza Cruzando aos quatro ventos pelo ar.
Outrora foi a cruz das caravelas, A dilatar o Império e a Fé em Deus, Agora a mesma cruz sobe às estrelas E em asas de aviões domina os céus!
Oh! raça lusitana, oh! gente forte, Vencendo em mil batalhas, mil vitórias, Por terra e mar e ar, embora a morte, és grande nobre. Aqui as tuas glórias !
E agora dobra o sino muito ao longe ou perto. P'ra dizer às almas que o nosso destino é seguro e certo:
Fiéis defuntos! Dobram os sinos a finados! É voz que vem de além mandada em aviso: Oh! pais, irmãos, parentes e quantos descuidados andais por esse mundo vário e indeciso.
Lembrai-vos que sois trigo eleito, e é preciso levá-lo em graça toda ao céu.Enceleirado sereis no grémio eterno em Deus, no Paraíso,
Se a vida que viverdes, for como se aqui tivésseis já pesada a alma no castigo duro ou prémio justo de ser joio ou trigo.
Irmãos sabei: a vida é toda para vós, Vivei-a bem, ouvi, por Deus a vossa voz não morre, é eterna a vida que se diz "p''ra ti".
Deus prometeu e nunca falta. É maré alta. Abriu-se o céu. É a vida que ressalta. Pois Jesus nasceu.
E o Verbo se faz carne e vimos sua glória Cantada pelos anjos lá pelas alturas. A paz voltou à terra. A sua trajectória, Em palhas dum presépio, frias, mal seguras,
Reencontrou o homem certo da vitória. Já pode erguer ao céu as mãos tornadas puras, Rezar: Pai-Nosso, a vida transitória eterna se tornou em ti que sempre duras!
A cruz nos ombros meus, tal como aos ombros dele É sacramento doce que p'ra ti me impele. E eu vivo seduzido num amor tão pulcro
Que, embora saiba o corpo ir ser pó de sepulcro, A vida já não pesa, já não custa nada, Assim ungida a alma e n'Ele sacramentada.