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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Do Mar e da Saudade (VII)

DSousa, 08.02.08




DO MAR E DA SAUDADE (VII)






Nem muito ao mar... nem à terra
Diz o ditado... é verdade:
Mas nisto de saudade
 O ditado não se encerra...


A saudade me atormenta
Como atormenta qualquer.
É um mal  que não se quer
Quando é um bem que se ausenta...


Neste jogo do sim e não
A saudade joga a vida...
Em ficar alma retida
Quando parte o coração.

É chorar de olhos enxutos
Os sonhos mais os desejos.
Morrer no lábios os beijos
Sempre vivos...já sepultos.


Coelho de Sousa: Do Mar e da Saudade (VI)

DSousa, 06.02.08




DO MAR E DA SAUDADE (VI)




E nunca mais atirei
Pedras ao mar sempre igual.
Só ao meu atiram pedras
Por ser bem e por ser mal.

Pois que atirem pedras tantas
Para martírio da gente.
Há-de vir depois a calma
Com ilhas e continente.




Nota: Como se pode constatar pelo original acima, este texto está a ser publicado na internet, 46 anos e 3 dias depois de ter sido escrito.


Coelho de Sousa: Do Mar e da Saudade (V)

DSousa, 04.02.08




DO MAR E DA SAUDADE (V)





Tu já não és o primeiro
A jogar dessa maneira.
Pedra que vem logo volta,
Aumenta sempre a pedreira...


É melhor deixar ficar
a pedrada em nossa alma.
Pedra que vem  e que fica
É alicerce da calma.


Este princípio operou
Em meu seio maravilhas.
São pedradas que ficaram,
Os continentes e ilhas.


Calou-se o mar e ficou
tanta pedrada retida
Junto a mim de dia a dia
que de pedras fez-se a vida.



Coelho de Sousa: Do Mar e da Saudade (IV)

DSousa, 02.02.08




DO MAR E DA SAUDADE (IV)






Mas o mar me respondeu
Certo dia em maré cheia;
Cada pedra que me atiras
Não é mais que grão de areia.


E por mais areia junta
Nunca a praia terá jeito
Que se igual ao areal
Que trazes dentro do peito.


A tua alma é um mar
Muito maior do que eu.
Quanto mais pedras me atiras
Mais pedras ficam no teu.


Escuta pois meu amigo:
Não vale a pena atirar...
Se este jogo não acaba
Porque te estás a cansar!


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