Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural
Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural
Estas são imagens da capa e da primeira página do manuscrito de Coelho de Sousa, que, nos próximos dias, nos vai trazer ao Álamo Esguio mais alguns poemas da sua autoria. São apenas seis poemas. Mas tem a curiosa singularidade histórica de serem, rigorosamente, inéditos. Escaparam, portanto, às numerosas escolhas que Coelho de Sousa fez dos seus poemas para edição em livros ou jornais. Talvez por representarem os tempos do seus primeiros passos no universo da poesia. Com efeito,o caderno, como se pode ver pela sua primeira página, tem a data de 1 de Agosto de 1950. Todos os poemas estão, efectivamente datados desse ano, mas três deles tem a indicação de "passado a limpo a 8 de Janeiro de 1950", ou, então,F.1949 C. 1950. O que deverá ser lido como "feito" em 1949 e "copiado" em 1950. Tudo isto revela, por um lado, a preocupação de preservar estes prováveis primeiros tentames poéticos, e,em segundo lugar, um cuidado em lhes facilitar a leitura, mais que não fosse para o próprio autor. Cuidado que se encontra ausente em tempos posteriores da sua vida e produção poética. Note-se porém, que não se poderá afirmar que estes poemas sejam, em absoluto, os primeiros de todos os versos que Coelho de Sousa compôs, até porque, este caderno era apenas o terceiro de um conjunto de que se desconhece o paradeiro dos restantes dois. Por hoje, apenas estas breves considerações. Para amanhã, o primeiro poema: Simbolicamente é dedicado e tem por tema "A minha mãe". Figura de grande importância que foi, na vida e na poesia do autor.
Agitados são marasmos e banidos são receios. Solta-se o verbo à conquista. Não é mosto com espasmos pois seguros são esteios garantindo o passo e a pista para o reino, mundo fora pelo mar e pelo espaço.
Agora nem cetro nem trono pára os filhos do Trovão... Alta voz, firme o entono Quem manda é o coração.
Esperavam, E suplicavam Como as aves no seu ninho mal seguras Erram do voo o caminho. Como crianças ao colo se aconchegaram esperando um tal consolo...
E o consolador Já chegou, Com vento posto em fragor e fogo alado.
E sobre as suas cabeças foram derramadas promessas Que o paráclito insuflou num diadema abrasado.