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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: São Versos de Pentecostes (III)

DSousa, 09.04.08








É verdade
que no meio deles, Maria
era alento
era alegria.
Mas o tormento
daquela ausência pesada
Não lhes dava porto a nada.




Quem amansaria o vento
nas águas bravas do lago?
Quem multiplicaria o pão?
Quem chamaria Pedro e Tiago,
E segredos a João
Havia de contar também?

É certo que a consolação
ficava bem prometida,
E Maria era a mãe,
Por quem suspirava a vida...



Coelho de Sousa: Irmã... (II)

DSousa, 03.04.08









Teus olhos tem de ser claros faróis
Rasgando o mar da vida com seus brilhos
Mesmo a chorar tu tens der ser amparo
Ao teu esposo amado e aos teus filhos.


Teus olhos no retrato vem lembrar
Que atrás de uma maré há muitas mais...
Quem sabe se é um mar que tens para chorar.

Dizem que o mar é feito só do pranto
Que as mães de Portugal têm chorado
E tu, irmã, já tens chorado tanto!


Embora a vida seja um só adeus
Não penses noutra ausência do teu amor.
Não desanimes, pelo amor de Deus.


Nem todos são chamados para a guerra.
Também precisa a Pátria de defesa
Aqui pelos Açores, nossa terra.

Outro retrato eu quero receber
Mas a sorrir, alegre, esperançada
E basta, minha irmã, estás-me a entender?


Coelho de Sousa: Irmã... (I)

DSousa, 01.04.08





Irmã, o teu retrato, mesmo agora ,
Recebo. Inda o seguro em minhas mãos.
O teu olhar triste. É de quem chora.

Não valem os disfarces que são vãos
Para esconder o mal que que nos devora.
Também eu sou assim, somos irmãos.

Estás doente e sofres a saudade
Que o mar avolumou entre nós dois...
Atende bem, escuta esta verdade:

Agora a vida é assim, mas ao depois
Será feliz e bela a eternidade...




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