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Diálogo
Não sei que sinto dentro em mim. Não sei! Não sei!
É qualquer coisa nova que me faz sonhar.
É ânsia de subir, desejo de voar...
Minha alma talvez saibas...já pensei
Só tu serás capaz de me dizer, mostrar
Isto que sinto em mim. Parece o astro-rei
Mandando a sua luz com força de queimar
Todo o meu ser. Será? Minha alma, adivinhei?
Estás silenciosa...Nunca dizes nada...
(Revolta esse mutismo!) Fala minha amada!
Última vez te peço: Isto que sinto o que é?
- O que tu sentes é mais que sonho, é vida;
Aspiração suprema da tua alma querida
Voando para o céu levada pela fé.
25-X-950
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Capricho
Assim perto de ti sinto bater
meu coração em doce nostalgia.
Faz o compasso a dor e o sofrer
Entoa tristemente a melodia!
Inda julguei, amor, que por te ver
Voltasse a mim o bem dessa alegria
Que tanta gente goza com prazer.
Mas não. Era a tristeza que iludia.
Não tinhas coração. E o meu deserto
Em vendaval de poeiras, eu senti
Afundar-se em ódio p'lo teu desperto!
Nasci para sofrer longe de ti
E mais ainda quando de ti perto
Quem sabe amor, quem sabe, se morri!
Ferias 1951
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Estrela e Planeta
(Fantasia)
Às vezes penso que o meu corpo é um planeta
E às vezes também penso
Que a minha alma é uma estrela!...
Recebe o corpo a luz da alma.
(Um cadáver é um planeta fóra do hemisfério)
A alma tem a luz que é, e a luz
Que lhe vem de Deus.
(Alma sem luz o que será?
Estrela escura... que um vendaval apagou?)
Salamanca 18-2-953
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Fizeram-se feteiras na minha alma.
Rochedos e abismos
Onde tombara o frio das correntes
Ficaram nus à luz do sol que enfim voltou.
Ossadas e caveiras de ilusões,
Banalidades mil e fantasias
Envoltas na enxurrada caudalosa
ao fundo se ficaram...
Há muito que findou a noite escura,
E a tempestade horrível que assolou meu coração
Passou também
Voltou a luz do Sol!
Floriram nas escarpas os silvedos,
Espinhos de roseira deram rosas
E há frutos prometendo pão e vinho...
Voltou a luz do Sol!
E nasceu a Eternidade.
Férias 1951
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Não deve ser meu corpo torre esguia
Que a tua luz divina apunhalou
incendiando em vida?
Senhor
Não me dês saúde.
Dá-me virtude.
Porque me sofra sem contradição!"
Era doente
E era subtil
E era um farrapo
E tinha os olhos como duas pedras mortes!
Salamanca 17-2-953
Nota: Este é um dos poemas de 1953 que Coelho de Sousa incuiu nos "poemas de Aquém e Além",pag. 15 e 16.
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-Era doente...
Os nervos: linho branco a desfazer-se
E os olhos: duas pedras mortas em mar de prantos
Subtil como uma cana;
Farrapo de um outono mal vivido.
Rezava assim
Erguendo as mãos em chama ardente:
"Senhor,
Meu coração é pauta de amargura infinda,
Aonde mil colcheias são silêncios
E as pausas são...cantares de alegria.
Porque há-de ser tão forte a carne,
Que torne fraco o espírito?
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O velho tinha os olhos tristes
Como se fossem páginas sujos de infólio
Com vinhetas de sangue escuro...
A boca era uma flor de cardo seco
A rezar perfumes de amargura:
Oh! vida que passaste...e não te vi
Asa de sonho a desabar;
Broa de pão que mal comi.
Agora:
O dia não é dia, é noite escura
E eu, já não sou eu: envelheci
A vida não é vida...O que será?
O velho tinha os olhos tristes
Com vinhetas de sangue escuro...
E não tinha mais que vinte anos!
Salamanca, 20-I-953
Nota: Este é o primeiro poema deste caderno de poemas dos anos 50, que Coelho de Sousa escolheu para o seu primeiro livro de "Poemas de Aquém e Além", pag.13 e 14.
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