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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Palavra

DSousa, 10.10.08

 

 

 


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Eu sinto minhas mãos que são espigas.

E quando choram rubras são papoilas
Do meu trigal
sofrido

(E tantas foram já duras respigas
No olhar do mal havida...)

Depois...


Depois o pão na minha mesa tem
PALAVRA

( E tem coroas negras quais o mundo quer

no enlace das espinhos!)

Só quando eu passo as pedras dos caminhos
Condenam o silêncio da maldade

E gritam para a luz
Toda a Verdade:


"É Ele!...
É Ele que leva a sua enorme cruz;


S. Rafael 11-I 956



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Coelho de Sousa: Clave azul

DSousa, 08.10.08

 

 

 


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Eu sou um peregrino do azul.

 

 

 

 

Meu peito como fosse um búzio grande
Traz maré cheia em ressonância viva.

 

 

 

E as mãos quando se cruzam numa ogiva
Abarcam céu e terra em doce ninho.

 

 

Meus cantos se pautaram de azul

de hortênsias em todo o meu caminho.

 

 

 

As ilhas do meu sonho foram notas...
Porém a clave azul és tu Faial
Na pauta do mistério dessa Atlântida...

 

 

 

Agosto 1955

 


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Coelho de Sousa : À Fajã dos Vimes

DSousa, 06.10.08

 

 

 


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Nas conchas dos teus olhos, o amor
se alarga como rio de esperança...

Goteja serra-a-serra o teu amor
E tens em pão-de-água a tua herança.


Deus te apartou do mundo no verdor

Dos alcantis erguidos como lança.

E assim curvada ao mar e ao Senhor
Se eleva a tua vida quente e mansa...


Se fossem de presépio as tuas casas

Correndo pressurosas para a Igreja
seriam de incensário tantas brasas

Que o pranto dos teus olhos era fogo
Queimando em graça a voz que te festeja

E mal te viu quiz amar-te logo.

 

 

Fajã dos Vimes 14-VII- 955

Coelho de Sousa : Morte

DSousa, 04.10.08

 

 

 


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Morte

 

 

 

 

Não sei porque esses braços tu estendes
Horrível flor do mal!

Não sei.

 

 

 

É lei
Em ti, paradoxal,

Esse perfume que de ti despendes?

 

 

Provocas dentro de mim anestesia...
(Teus braços são de éter?
Veneno?)

Pequeno

Tal como é o meu ser
O teu abraço traz doce agonia...

 

 

E sem querer... querendo tu me levas
Ao teu perfume preso

 

 

É morto.

 

 

S. Rafael 11- XII-955

 


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Coelho de Sousa : Fala do mundo

DSousa, 02.10.08

 

 

 


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Fala do Mundo

 

 

 

 

Vieste lá do alto
E entre nós estás.

Rasgaste da soberba o túmido planalto
Brilhou na escuridão a tua doce paz!

O verbo dos profetas

Está coado em leite

E vem junto de ti o bardo dos poetas
Trazidos pela graça para o teu deleite

E eu que não sabia
Ao meu andar o rumo,
E tinha dentro em mim reinando só perfídia
Juntei por todos o oiro, a mirra, o incenso em fumo.

E via  que o tempo as mãos
Pusesse ao pé de um berço

Os anos em redor rezaram como irmãos,

E eu fiquei no teu divino amor, imerso! 

 

 

 

S. Rafael 11-XII-955

 


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