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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Delírio

DSousa, 27.02.09

 

 


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Cai a tarde mansamente
nesta solidão deserta
E dentro em mim, de repente,
Outra saudade desperta
 

 

 

Como tantas é mais uma
esta saudade que vem
Chega de parte nenhuma
Nem a sinto por ninguém.

 

 

 

 

Por ninguém ? Que tal mentira!

Se eu a sinto bem por ti
Esta saudade delira
Quando não estás aqui!

Coelho de Sousa: Lavoura

DSousa, 25.02.09

 

 


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Alma da alma de mim
minha fonte e diadema
Quem te viu um dia assim
Incarnou-te num poema

 

 

feito de sonhos e prantos
de incerteza e das palavras
com que se lavram os cantos
dos poemas que tu lavras

Minha lavoura de ser

e que a vida não me deu:

Sublimação no sofrer.
Se não és tu, quem sou eu?

Coelho de Sousa :Como o búzio

DSousa, 23.02.09

 

 


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Prendi-me ao teu olhar

Como ao céu se prende a estrela

Como o búzio chora o mar

Tua voz de ouvi-la e vê-la

 

 

Sabe-se lá como é

Que o amor renasce em nós

E de repente se vê

transformado num algoz

 

 

que nos faz escravo antigo

de imprevisivel desgraça

E no entanto um amigo

Só se quer de bem e graça.

Coelho de Sousa : Vítima

DSousa, 21.02.09

 

 


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Meu tormento, minha lei
O que fui, sou  e serei
é tão pouco de valer
Que mais valia não ser.

 

 

 

 

Um poço misterioso
estrela dalva e poente
Pão de trigo, o vinho e o gozo
Coisa nenhuma e a gente

 

 

Barco varado e a foice
maçã da vida e a messe...
Foi-se a culpa, a morte foi-se
preciso foi que morresse.

Coelho de Sousa: Se o amor...

DSousa, 19.02.09

 

 


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Se o amor é manifesto
Estende o braço e a mão
e prenderás num só gesto
Os que muito longe estão

 

 

O amor não tem fronteiras
É de todos para todos
É como o luar pelas eiras
Grão e palha, luz a rodos

 

O amor em nossa casa

O amor é a nossa vida

É fogueira ardendo em brasa
e nunca mais consumida.

O amor é como o pão
que se mastiga na boca

E nos põe o coração
ao redor da vida louca.

Coelho de Sousa: Já quebrei... (II)

DSousa, 17.02.09

 

 


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Fujo de mim, entro em mim

confuso, ardente e fugaz

Mas que cizania ruim

Me alforrou do trigo a paz ?

 

 

Já não sou bago de uva
Na parreira sazonada...
A minha alma está viúva
com o sangue derramado

 

 

 

E no entanto eu espero
Como a terra espera a água
O meu amor é sincero,
Venha o teu sarar-lhe a mágoa

 

Que o nosso maior desejo
Era não deixar de amar
Poderás trazer-lhe o beijo
Que prometeste ao luar

Coelho de Sousa : Jà quebrei...(I)

DSousa, 15.02.09

 

 


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Já quebrei o coração,
Quantas vezes, não sei quantas...
Nesta saudade de irmãos
É só tu que que me quebrantas

 

 

Vivo contínuas esperas
Como a noite pelas manhãs
Como Inverno às primaveras
Mas tu não chegas, não vens!|

 

Flor de pão é sofrimento
comungado cada dia

A saudade mais aumenta

sem te ver como te via

 

Coelho de Sousa: Descoberta

DSousa, 13.02.09

 

 


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Pára e não fales... Assim

Eu te adivinho qual tu és

Olhos fundos... mar sem fim
Neste vaivem das marés

 

 

 

Peixe dentro; safra rica
No batel assegurado...
O mastro alto é magnífico
Podes bem cantar o fado...

 

 

 

 

Qure os teus dedos serão pauta
Na folha branca do espaço
O mar é ceu para o nauta
Que faz das redes abraço...

Coelho de Sousa : Perfil

DSousa, 11.02.09

 

 


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Perfumada a malvarisco
Quem te dizia que eras
Rainha das primaveras

 

 

Teu perfil tinha o risco
dos espíritos alados
em comunhão com os fados

 

E tuas mãos floresciam
mil promessas divinais
Que auguravam frutos mais.

 

 

Teus olhos resplandeciam
Como  a boca em seu frescor,

  O que mais era, o amor.

Coelho de Sousa: Menino

DSousa, 09.02.09

 

 


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Dorme, dorme meu menino

Que a mãezinha está velando
Lava-te a alma e destino
No pranto que está chorando

 

 

 

Abre as mãos,represa o pranto
Nessa concha de saudade
Deixa a vida ser encanto
Quando a noite apaga a tarde

 

 

 

 

Nossa palvra era o sol
Nossas lágrimas, estrelas

Seja o silêncio arrebol
Para a manhã de revê-las.

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