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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa : Neste Rincão

DSousa, 29.06.09

 

 


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Neste rincão de sonhos ressalgados

Quem beba a madrugada pelo barro
seremos nós, amor.

 

Que o sangue da batalha é nosso fado

E a tábua do naufrágio a que me agarro

é esta ilha-andor.

 

O sol é nosso pão no alguidar

Aposoando a rir emigrações

De enorme saudade.

 

Água de beijo e pranto é este mar

Que alaga e enegrece as solidões

desta insularidade

 

beirada dos telhados e na eira

trilhada em sapateias de verão

com búzios pela tarde

chamando as gentes da Terceira

á ceia do amor, de mão e mão

Solene e sem alarde.

 

Coelho de Sousa: A Teus pés

DSousa, 27.06.09

 

 


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A teus pés, quando a tarde declina

Fatigados do nosso labor

Te ofertamos com todos os homens

O trabalho, o descanso, o amor

 

 

Com a noite nos cercam as sombras

E regressa a avezinha ao seu lar.

Nós buscamos teu refúgio

Teu amor nosso ninho será

 

Quando enfim para ti nos chamares

P’ra nos dar a gozar a tua paz

Na assembleia de todos os santos
Nosso gozo perfeito serás.

 

 

Coelho de Sousa : Bem-vindo

DSousa, 25.06.09

 

 


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Bem-vindo sejais, Senhor

Ao povo que vos espera

Convosco chega o amor
Renovado em primavera

 

 

Sois o ministro de Deus

Transmitindo a salvação

 

 

Sois o bom Semeador.

Fazei bem a sementeira

Que é terreno do Senhor
a paróquia da Feteira

 

 

E tereis em cada peito

A pulsar um coração

Que vos aceita em respeito:

Mais que mestre, amigo-irmão

 

 

Tudo o que somos e temos

Logo vos damos, de vez:

É por Cristo que vivemos

E a Senhora das Mercês

 

 

 

 

Coelho de Sousa: Se os prantos

DSousa, 21.06.09

 

 


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Se os prantos que já chorei

Os guardasse em alguidar

Uma olaria não dava

Para os meus prantos guardar

 

 

Que o sal do mar é de prantos

Diz o povo e com verdadde
Muito sal do mar é meu

Só por conta da saudade.

 

 

Mesmo que as fontes secassem

Nunca faltaria água

Prantos que choram são rios
inundando (?) o mar de mágoa

 

 

 

 

 

 

 

Coelho de Sousa: As saudades

DSousa, 19.06.09

 

 


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As saudades vão e vem

No correio do amor.

Que as saudades do meu bem

Já não cabem no vapor.

 

 

São do tamanho do mar

São tantas como as marés

Ninguém as pode contar
Mas por elas sei quem és

 

 

Tantas saudades eu tinha

Tantas saudades eu tenho.

A saudade será só minha

Para ter este tamanho?

 

 

Saudades de tudo e todos

Saudades sem terem fim

Eu não sei com estes modos

Se haverá saudade assim

 

 

Não há nuvem nem vento

Que me leve esta saudade

Espinho doce e tormento

 De ser quem sou de verdade

 

 

Acredita, esta verdade.

Meu amor, eu morreria

Se matasse a saudade

Que tenho de ti, Maria.

 

 

À Rasoira

DSousa, 17.06.09

 

 


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Rasoira de pinho branco

Quantos alqueires mediste?

Agora não medes nada.

Que de velha, morres triste.

 

 

Esqueceram-te depois

De medires milho e trigo…

Tem paciência, rasoira,

Sucede o mesmo comigo.

 

 

Não vale a pena acabar

Esta vida assim tão triste.

Fizeste o bem que devias

Medindo o grão que mediste.

 

 

E com certeza mediste

O pão da esmola e da graça

Isso basta para a glória.

Tudo o mais é vão e…passa.

 

Libertação

DSousa, 15.06.09

 

 


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Rasgas-me o peito e mordes-me a alma

Alucinado verme.

Ditas-me a sorte, cigano das esferas, ao ver-me

Assim da mão perdida a palma.

 

 

E cantas a vitória da batalha exangue

Arremessando aos céus

O sangue

E as ilusões como troféus!

 

 

Não te condóis.

A compaixão não é do teu querer…

Farias de moeda mil milhões de sóis

Quanto mais ao fruto de fazer morres!

 

Mas creio e grito à noite de milénios em fogueira aberta

Chegaste

Asa de estrela e vento em revoada alerta.

E o sol ressuscitou aureolado em haste.

 

 

Ouviste,

Os pássaros cantarem na manhã

Da vida.

 

O peregrino, além

É terra prometida

E nunca triste .

 

 

 

 

Mensagem

DSousa, 13.06.09

 

 


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Ao Rev. P.e Superior do Seminário

Do P.e Damião

 

 

 

Fugi do mundo, escondi-me

Num burel de branca espuma

E não quis paga nenhuma

Mais que o amor que redime

 

 

Abri em cruz os meus braços,

Abarquei nas minhas mãos

O próprio Deus e irmãos

No mais puro dos abraços

 

 

Olho em meu redor, que distância!

Mar imenso! Perdoai.

Porto-fim é Molotai

Leprosaria é fragrância!

 

 

Subo o meu calvário exausto

A cruz é grande e ingente

Mas não há são ou doente

Que não dê ao Holocausto!....

 

Tombe agora o cedro forte…

Já dei sombra e já fui brasa.

Quero o céu, já volto a casa

Igual a todos na morte.

 

 

Não desejo aura ou pregão,

Nada que seja faustoso.

Sou apenas um leproso

Como tantos, Damião

 

 

 

 

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