Coelho de Sousa: À Ponta Negra
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À Ponta Negra
Dou à vida voltas mil
Num rosário sem ter fim...
Glória a Deus! No mês de Abril
Descansei - Porto Martim
E nesta pausa eu medito
ser sabido e ser estranho!
Com assombro anoto e grito
Que já não sei donde venho
Mar amplexo à pedra viva,
Sol e sol que se procura...
E repouso dê e vá
Ao retorno de alma pura
Ser gaivota aureolada
Que a espuma clara beijasse,
Ter asas cheia de nada
E de tudo plena a face.
Ser das ondas o monge
Na cerca da maré-cheia
Com o meu convento ao longe
Onde a vida é uma teia!
Atirar aos céus o mote
Do meu sonho reticente
E ser mais que D. Quixote
Neste crer de frente a frente.
É rezado o livro de horas
Encerrou-se a última página
Sem miragens tentadoras
de que a alma se fascina.
Não pisar o risco e a regra
Quem ao amor se acostuma!
Como é posta a Ponta Negre
E do mar a branca espuma...
E se o mar não me quiser
E a pedra me rejeitar
S. José há-de valer
Pela pedra e mais o mar