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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Maroiço

DSousa, 24.08.09

 

 


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Maroiço -Para João de Menezes

 

 

 

 

 

Este coral de encantamento

É voz do mar?

É vento?

E referver de vinho no lagar.

É remo de canoa ou mel de figo

um cesto na cabeça

Comer e estar contigo.

Como eu te apeteci

Oh!Pico amigo

Sim, agora aqui

Como se fosse

a chamarrita à roda

mais o verdelho doce

uma alegria toda

e uma saudade grande.

Eu te ouço

Ainda atento

Pico? mistério? Encantamento?

Exacto: Um povo herói

da pedra e bago

erguido num maroiço

e que além de mim se espante

E dentro em  mim eu trago.

E a fronte da Montanha

Qual rainha

é coroada em rosas.

Que o Sol desenha

esplendorosas,

Como convinha...

Meu Deus: Que não se cala a voz que oiço

Neste coral de pedras em maroiço!

 

S. Sebastião, Setembro 1965

 

 

 

 

 

 

 

Coelho de Sousa: Variações

DSousa, 20.08.09

 

 


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Vartiações para Iracema

 

 

Se o mar não existisse

Não existiam ilhas.

Nem do amor a onda

Salgando as despedidas...

 

 

Sábio de mel... que fosse

Suavisando o amargo

De ser e de ficar só,

Igual, insatisfeito!

 

 

Virgem do Sol e clave

Em minuete ingénuo

Como o tempo dançou

A tua partitura!

 

 

Muito alta a Montanha

Tal como a tua glória

De seres mãe do Espírito

E eu, mais que aluno, filho.

 

Pois sim: Até à vista

O mar é saudade

E as ilhas todas são

Variações em ...Ti

 

 

 

Madalena, 1965

Coelho de Sousa: Salvé

DSousa, 17.08.09

 

 


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Salvé

 

a mons. Pereira da Silva

 

 

 

Ao ombro da Montanha te amparaste

de membro,

E a luz que na alma trazes foi a haste

para o teu passo e destino.



E lá do alto a tua voz

E o gesto

fundiram-se no verbo incandescente
E manifesto

Ao bem de todos nós,

Perfeitamente.



E a imolação chegou ao Jubileu

(É muito forte o Amor)

O voto é ser total, além no céu.

Salvé,  Senhor!

 

 

Madalena -1965

Coelho de Sousa: Espera

DSousa, 15.08.09

 

 


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Espera

 

Sei que para além da nuvem

Está presente a Montanha...

Mas para além dos teus olhos
Quem será que perde ou ganha?

 

 

É um jogo às escondidas

Ou cabra-cega teimosa!

Pois a vida é o amor

Da alma que não repousa

 

 

 

E depois os ramalhetes

Que trouxe a luz? Não descansa

Minha fronte assim nublada

Sempre à espera da Esperança.

 

 

Pico -  Agosto de 1965

Coelho de Sousa: Pergunta

DSousa, 13.08.09

 

 


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Pergunta

 

 

 

Foram teus olhos remédio

Para as dores que sofri.

Quando, um dia, se fecharem

Que será de mim sem ti?

 

 

 

 

O teu sorriso divino,

Bálsamo do que eu ouvi,

Quando um dia fenecer

Que será de mim sem ti?

 

 

 

 

 

As tuas mãos me embalaram

Com geito que igual não  vi...

Quando um dia regelarem

Que será de mim sem ti?

Coelho de Sousa: Comunhão

DSousa, 11.08.09

 

 


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Comunhão

 

 

Pus as mãos, olhei o céu

Para te ver e tocar...

Apanhei, igual ao meu

Teu coração, no olhar

 

 

 

 

Com saudade indefinível

o que disseste, relembro

Tua palavra era doce

Como as uvas de Setembro!

 

 

 

 

E a palavra e mais a ideia

se unficaram alfim

Divinizando-me. Agora

És tu que vives em mim.

Coelho de Sousa: Harmonia

DSousa, 09.08.09

 

 


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Harmonia

 

 

Pasmada a terra e o mar

No sonho do meio dia...

Quem será que há-de deixar

O sabor desta harmonia?

 

Fica-se a gente sonhando

O mistério de algum dia...

Hei-de sonhar até quando
Se acabar esta harmonia.

 

Harmonia! Esta pausa,

E notas mil em compasso

É clave-sol, minha causa

Na composição dum abraço

 

E mais ninguém seja solo

Nesta harmonia em que afino

Pois basta seres o consolo

Nesta harmonia, destino

 

S. José, 28-IV-964

Coelho de Sousa : Quadras

DSousa, 07.08.09

 

 


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Quadras

 

 

Não fale o mar que não ouço

Os segredos que ele conta.

Dão-me de resto os segredos

Que trazem minha alma tonta

 

Com o amor não se brinca

Pois dele se morre à mingua...

(Fava rica,quem a trinca,

Por ela se morde a língua.)

 

Mas o amor o que tem

A gente gosta vive e cala...

Que só, no mundo,o de mãe

É amor que obriga à fala

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