Coelho de Sousa: Por este amargo...
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Por este amargo...
Por este amargo de boca
Flor de martírio apoquenta.
Pois não será coisa pouca
Mergulhar-se na tormenta.
E talvez não ter bem cheia
A mão da vida feliz.
(Verbo e luz,antiga ceia
Se renove ao que não fiz)
Surte-se o páramo-anseio,
E no entanto o momento
de ser esvai-se. Receio
o que seja e me atormente
A chaga na mesa posta
Goteja o doce convite;
A boca amarga a resposta,
martírio que não hesite
Ser quanto seja: alma boa
Voto formulado. Então
Reabre a flor e ecoa
Do meu ser em amplidão.
7-II-963