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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa : Hora de ceia

DSousa, 29.09.09

 

 


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Hora de ceia

 

 

Sobem os fumos dos casais

Quando o sol se vai morrendo.

São incensos milagrosos

Contra a acção de algum duendo.

 

 

E lá na curva dos montes,

Últimos raios, que brilho!

Dentro de casa há riquezas

Feitas só de pão-de-milho!

 

 

E nas faias cantam melros

Últimas preces. Não ouves?

Só deitas sentido à ceia

Feita de caldo de couves...

 

Oh! tarde não corras tanto,

Pára.Ou vai devagarinho...

Vem a noite e chega o frio

P'ra arrefecer o toucinho.

 

 

Nuvem negra amortalhou

finalmente o astro-rei.

Nesta noite que há em mim

Sei lá se me perderei!

 

 

Mas a lua não demora

E no ceu há muita estrela...

MInha fé, luz da candeia

Sobre a mesa é mais do que ela.

 

 

Pai nosso que estais no ceu,

Eu vou rezando e comendo

Pão e prece o alimento

Contra a acção de algum duendo!

 

Coelho de Sousa: Cinzento

DSousa, 26.09.09

 

 


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Cinzento

 

 

O mar,

As plantas,

A chuva e o frio

que entram pela janela.

O armário e a barra

sobre um chão de cimento,

O meu casaco também,

E até uma estampa de Cristo
Tudo é cinzento

fora e dentro

desta sala de convento.

 

 

E com tanta cinza assim

( o que sou

e de que sou)

Não admira que estejam

a minha alma e coração

num passamento

de Inverno

terrivelmente cinzento.

Coelho de Sousa: Quando partires

DSousa, 23.09.09

 

 


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Quando Partires

 

 

 

Quando partires um dia

Que espero seja tardio

Irá contigo a alegria.

Ficará comigo um rio

de amargo pranto e angústia

 

Há-de ser um tal vazio

do amor que nos uniu

E nossas vidas fundiu

 

Que julgo não resistir...

E por nós peço a Deus

(Deus me perdoe o pedido

Se não vale de atrevido)
Quero ir contigo aos Céus

Hei-de contigo partir!

Coelho de Sousa: O Dia

DSousa, 20.09.09

 

 


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O Dia

 

O dia verde e o sol a pino

Um milheiral espigado

O pão dos pobres
Que faz os cavadores

E a poeira de ser caminheiro,

Aos solavancos mas certo.

 

O dia de encontrar-te à mesa,

Sem tarde,

Sem noite

Embora as horas e as nuvens

Correndo a galope

 

 

O dia!
O dia do nosso amor!

Coelho de Sousa : Igualdade

DSousa, 17.09.09

 

 


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Igualdade

 

 

Meu novo mundo encontrado

Sem racismo, tudo igual.

Facho livre, sem estátua

Reza e canta, cada qual

 

 

E nem o céu é furado

Por agulhas de vaidade

Horizontal é a glória

Como sinto a saudade.

 

 

Ilha mãe...pão na mesa

Come o branco, o negro come

É do mar nosso conduto

E ninguém morre de fome

 

 

Toda a terra é leito doce

Para o sonho em que me encanto.

Há lugar para toda a gente

E do céu nos cobre o manto!

 

 

Coelho de Sousa: O que ama nunca teme

DSousa, 11.09.09

 

 


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 O quer ama nunca teme

 

Sigamos que o mar é nosso

Àvante! Que o mar nos chama.

Em terra ficar não posso

Sinto-me um Vasco da Gama!

 

Outros mares de mistério

Mais continentes e povos!

Que além do curvo sidério

Ficam outros mundos novos!

 

Para além do Bojador

E mil cabos de Tormrentas

Abre-se o mar de amor

Com que me prendes ou tentas.

 

Quero ver a Roxa Entrada

e o luzir de eterno dia

A vida assim é um nada

Vela rota em calmaria

Coelho de Sousa: Desejo

DSousa, 08.09.09

 

 


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Desejo

 


Vi-te partir por esse mar distante

Levando o horizonte em tuas mãos

Seguro. E eu fiquei petrificado

Aqui. Rocha batida onda a onda

À tua espera sempre, até à hora

em que regresses.Logo o teu abraço

Envolverá meu ser e nada mais será

Que maré cheia e sol ao meio dia.