Coelho de Sousa : Hora de ceia
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Hora de ceia
Sobem os fumos dos casais
Quando o sol se vai morrendo.
São incensos milagrosos
Contra a acção de algum duendo.
E lá na curva dos montes,
Últimos raios, que brilho!
Dentro de casa há riquezas
Feitas só de pão-de-milho!
E nas faias cantam melros
Últimas preces. Não ouves?
Só deitas sentido à ceia
Feita de caldo de couves...
Oh! tarde não corras tanto,
Pára.Ou vai devagarinho...
Vem a noite e chega o frio
P'ra arrefecer o toucinho.
Nuvem negra amortalhou
finalmente o astro-rei.
Nesta noite que há em mim
Sei lá se me perderei!
Mas a lua não demora
E no ceu há muita estrela...
MInha fé, luz da candeia
Sobre a mesa é mais do que ela.
Pai nosso que estais no ceu,
Eu vou rezando e comendo
Pão e prece o alimento
Contra a acção de algum duendo!