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ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Coelho de Sousa: Tempo de ser

DSousa, 29.10.09

 

 


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Tempo de Ser

 

 

Fala das horas é conta

com que a vida vai somando

Tempo de ser, alma pronta

que só Deus sabe até quando

 

Se a tua mão for de sol

Hão-de ser raios os dedos

E o teu verbo seja o farol

do teu amor e segredos

 

 

Olho para ti adivinho

O que me queres dizer

Que não devo andar sózinho

Mas sentir no meu o teu ser

 

Coelho de Sousa : À Mãe doente

DSousa, 22.10.09

 

 


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Envelheceu-a o sofrimento
Mais que o tempo

E os olhos são espelho

enegrecido em luto.

 

Batendo porta a porta,

a sua fala

é prece e litania esmagadora:

 

Meu filho foi tão novo
para além...

Já não é comigo

Soldado.

Ai o infortúnio de não ter ninguém

que seja amigo mais que vinho e lodo

Que lhe valeu marchar

em continência

levando a fronte erguida

na parada

Se perdeu a vida

em nada?

O pai no catre chora
amargamente

Tal como eu agora

assim doente!

E os outros que eram meus

Que é feito deles

Partiram mesmo rumo, além

Oh! Deus

não me revolto e velo

Mas eu sou mãe

E custa tanto sê-lo

Buscando casa em casa

a rica esmola

que seja amor em brasa
e nos consola...

 

Que Deus vos pague em bem,

Senhor.

Soluça finalmente

a pobre mãe

doente,

em sua dor.

 

 

 

 

 

Coelho de Sousa: Senhor...

DSousa, 13.10.09

 

 


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Senhor,

Aqui me tens

Tal e qual como eu sou

Quase pleno com dois ou três talentos,

Os bens

Que o teu amor

doou

A um homem limitado

e cheio de tormentos

Por querer cantar um fado

Sem lamúrias nem paixões.

(Ansioso de ter alma pura e bela

Maior que estrela

e a melhor das canções.)

 

 

Aqui me tens

E sabes, Senhor

O meu desejo maior

Era nimbar a minha alma

Do luar da noite calma

do orvalho das manhãs

do canto dos rouxinois

E, mais que tudo, gozar

o calor de muitos sois.

 

Era ter o céu e o mar

sem nuvens negras e mais

horrorosos vendavais
Dentro de mim, infinitos

 

Era sentir

diáfanos os gritos

do porvir

aliciando o meu ser

para o encontro e prazer

de ti,

E ficar nimbado

banhado,

mergulhado

transfigurado

glorificado

do luar,

da manhã

do mar,

do canto do roxinol, do sol

De ti.

Amen

 

 

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