Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

ÁLAMO ESGUIO

Tributo à memória e à obra religiosa, artística e cultural do P.e Manuel Coelho de Sousa (1924-1995), figura cimeira da Igreja e cultura açoriana do século XX, como padre, jornalista, poeta, professor, orador, escritor,dramaturgo e animador cultural

Padre Coelho: Àgua

DSousa, 24.02.13

 

Atenção: Mais páginas de poesia no
padrecoelho.googlepages.com/

 

 

 

                                      Água

 

 

Sentado à beira do poço

Do meu poço de jacob

É ati que vejo e ouço

à espera de mim só.

 

E Verbo dá-me cativa

Toda a alma exausta e lassa.

Quero beber água- viva

Que mata a sede e não passa.

 

E depois toda a cidade 

Irá comigo beber

Á gua do poço é que há-de
Restaurar minha ansia de ser. 

Coelho de Sousa: Um grande amor

DSousa, 15.02.13


Não sei que sinto nem penso

para a glória apetecida

Sei que o amor quando é imenso

Glorifica a nossa vida.

 

Pensando bem quem sou eu

E de quanto sou senhor.

Não tenho nada de meu

A não ser um grande amor.

 

Fiz do amor minha vida,

Da minha vida oblação.

Nada mais tenho que dar

Dei o próprio coração.

Coelho de Sousa: Sete vezes o demónio

DSousa, 08.02.13

                 Sete vezes o demónio

 

 

Posse de mim era o sonho

de gigante secular,

Rico, indomável, medonho

Num constante avassalar

 

Os dedos presos (mesquinho)

Ao tesouro que me faço

Sigo mudo no caminho

Renegando, louco, o passo.

 

Delirante no contraste

de não-ser como preciso:

O cravo murcha na haste,

Morre de tédio o narciso.

 

E revolta-se a maré

da palavra em borbotão.

Fica sendo o que não é

E não voltam quantos vão.


Oh!Ganância de comê-la

Por mil bocas asquerosas!

Larga o porto, barco à vela

Com tua carga de rosas.


Pão de sangue é o veneno

Que atrofia o que mais quero

Parmanecendo o ser pequeno

Não me sustem o efémero.


E o vento que me cresta

Não o vejo nem suporto.

A minha tara funesta

Equilibra o vivo ou morto.


Parada a mão, cai o gesto

Numa curva sepulcral...

E o ser é manifesto

Em duelo: é bem ou mal.