Coelho de Sousa: Senhor...
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Senhor,
Aqui me tens
Tal e qual como eu sou
Quase pleno com dois ou três talentos,
Os bens
Que o teu amor
doou
A um homem limitado
e cheio de tormentos
Por querer cantar um fado
Sem lamúrias nem paixões.
(Ansioso de ter alma pura e bela
Maior que estrela
e a melhor das canções.)
Aqui me tens
E sabes, Senhor
O meu desejo maior
Era nimbar a minha alma
Do luar da noite calma
do orvalho das manhãs
do canto dos rouxinois
E, mais que tudo, gozar
o calor de muitos sois.
Era ter o céu e o mar
sem nuvens negras e mais
horrorosos vendavais
Dentro de mim, infinitos
Era sentir
diáfanos os gritos
do porvir
aliciando o meu ser
para o encontro e prazer
de ti,
E ficar nimbado
banhado,
mergulhado
transfigurado
glorificado
do luar,
da manhã
do mar,
do canto do roxinol, do sol
De ti.
Amen