Coelho de Sousa: De Porta em Porta (XII e último)
E a morte me fechou também a porta. E eu...
E eu voltei de novo para a rua... É meu
destino andar de porta em porta sem ninguém
me receber... pois todos julgam que me têm...
E grande número vive sem me conhecer...
Matar-me ninguém pode... Eu não posso morrer..
Sou a justiça eterna... E a Justiça é Deus...
Eu sou a paz da terra e a glória dos céus...
Irei de porta em porta... É este o meu destino...
Hei-de pedir pousada, como um peregrino.
Aceitarei de esmola ao bem sua guarida
E em paga deixarei ao homem sua vida...
A vida, aquela vida onde reina o amor...
A vida... A vida que é para ti... Em Deus, Senhor...
(2-IX-955)