Coelho de Sousa: Para além da última estrela (V e último)
DSousa, 23.11.07
(V)
Entendes quanto fica neste verso
ouvido entre acordes de Beethoven?
É alto e fundo, unido e disperso
o seu sentido eterno, que mal ouvem
os homens deste mundo vário, incerto,
o grito da distância que convém
e sem findar atroa o universo
em lama e treva que se não comovem!
Oh! pródigo da luz, oh! desgarrado,
não cantes mais a letra desse fado
triste. Toca guitarra, exulta e ri alegre.
Herói e santo, de vencida
Hás-de levar a morte. É tua a vida,
bela e feliz. E a vida é só para ti.
Observação: Como se pode confirmar pelo original, Coelho de Sousa colocou a data da escrita deste texto, no seu fim e não a antecedê-lo, como habitualmente fazia. Deste facto só me apercebi depois da sua transcrição para o blogue.